A imobiliária do ex-capitão
Apareceu um tico do tesouro escondido da família do
Jair. Adquirir 101 imóveis e, além disso, pagar por metade deles R$ 25,6
milhões (valores corrigidos) em dinheiro vivo não é coisa de amador. Ou é um
fenômeno do empreendedorismo interplanetário ou é – obviamente e ululantemente
– uma tremenda evidência de corrupção do mais alto nível.
Uma centena de imóveis não pode ser resultado da
rachadinha coordenada pelo Zero-um durante anos, nem produto dos depósitos do
Queiroz (futuro deputado?) na poupança de Dona Micheque, nem mesmo cabem no
escândalo dos gastos no cartão corporativo. Essa verdadeira cidadezinha
mitológica é o apurado de algo muito maior, algo que berra para ser investigado
com a devida propriedade.
Da PGR não se pode esperar nada nesse sentido, pois o que lá
chega relativo às falcatruas da familícia Bozonazi é imediatamente jogado no
fundo da gaveta mais funda. Se alguma autoridade da Polícia Federal ousar mexer
no assunto será mexida de lugar. O escândalo do patrimônio imobiliário do Mito,
espalhado em nomes familiares, inclusive Vale da Ribeira adentro, é sério
candidato ao esquecimento e à impunidade.
Onde foram parar as autoridades em geral e pessoas
comuns indignadas com os “escândalos apontados pela lava-jato”? Certamente,
naquela época de frenesi, não notaram que o partido mais citado nos inquéritos
não foi o PT, mas o PP, sigla a qual estava filiado o ex-capitão Bozo – que,
por acaso, sempre esteve dentro dos partidos governistas mais denunciados por
corrupção, desde o período que Paulo Maluf era o astro nessa área. E,
integrando novamente um dos partidos principais do Centrão, o PL, Jair se
manteve no grupo de siglas que controla o Orçamento Secreto – imoralidade que
ele, na condição de presidente da República, convenientemente não vetou.
Coincidentemente é o mesmo grupamento que controlava a diretoria de
Abastecimento da Petrobras na época do “Petrolão”, através de Paulo Roberto
Costa (morto, de câncer, em 13 de agosto deste ano).
Os imóveis da mitológica família podem também ser os
endereços de operações com as famigeradas milícias, ou será que é só amor
desinteressado o que liga a familícia do Jair a essas organizações criminosas?
Um dos milicianos mais notórios, o finado capitão Adriano da Nóbrega, foi
homenageado em vida pelo amigo (e parceiro?) Flávio, o Zero-um, quando o
primogênito do mito era deputado estadual carioca, em 2005, com a mais alta
condecoração legislativa do Rio de Janeiro, a Medalha Tiradentes.
Evidências não faltam, basta seguir os imóveis.
Veja: Prenúncio de guerra suja nas eleições - um comentário
que segue atual
https://bit.ly/3Hr4Mz9
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