14 dezembro 2024

Minha opinião

Um general de quatro estrelas atrás das grades 
Luciano Siqueira 

O rico noticiário acerca da trama golpista que visava impedir a posse de Lula e prolongar, de modo espúrio e ao arrepio da Constituição, o mandato do então presidente Jair Bolsonaro, contém indicativos muito claros de que o general Braga Netto teria papel dirigente. 

Agora a Polícia Federal o aprisiona com a justificativa, dentre outras, de que ele estaria obstaculizando as investigações, que prosseguem. 

Nestes termos e em razão do tamanho risco que o país viveu, de um golpe que instauraria regime ditatorial provavelmente dos mais violentos, natural que no campo das forças democráticas e em sgmentos mais atentos da população haja agora certo regozijo.

Nas redes sociais isto é mais do que evidente e se expressa por múltiplas formas. 

(Não há ainda sinais claro das repercussões na caserna. É o primeiro general de quatro estrelas preso dentre os implicados na frustrada conjura e em ambiente sempre tenso entre o governo e as Forças Armadas, o Exército em especial).

Entretanto, é preciso estarmos atentos às nuances nem sempre explicitadas, tanto do processo de apuração dos diversos eventos relacionados com a trama golpista, inclusive do terrorismo praticado contra os três poderes da República no fatídico 8 de janeiro de 2021, como das reações da extrema direita.

Ou seja, a prisão do general Braga Neto — evento rigorosamente de natureza policial e jurídica — inevitavelmente acirra a polarização política e ideológica que envolve a nação nos últimos anos e se acentuou mais ainda durante o mandato bolsonarista. 

Em outras palavras, imprescindível é acompanhar os fatos sob o ângulo de uma correlação de forças ainda muito difícil para o campo democrático e que parece, lentamente tal qual o movimento de placas tectônicas, gerar oportunidades de fortalecimento da ampla coalizão que governa o país. 

Leia também: pesadas acusações contra o general Braga Netto https://lucianosiqueira.blogspot.com/2024/12/multiplas-razoes-para-prisao-do-general.html

Nenhum comentário: