DAS CINZAS
Maurílio
Rodrigues*
Depois de tudo queimado,
O pó no chão impregnado,
As casas destruídas ao redor,
O silêncio estornará o bem maior.
Quando a isso se soma à noite,
A vida se torna um triste açoite.
Uma espada nua é aterrorizante,
Findando a esperança restante.
Um nevoeiro denso parece cobrir,
As sombras, que presas a fingir,
Entregam- se sem qualquer reação
Sem ao menos perguntar, qual a razão?
Mas, o fogo se extinguirá.
A vida, logo, se renovará.
E dentro desse imenso breu,
Ressurgirão, teu amor e o meu.
[Ilustração: Arshile Gorki]
Nenhum comentário:
Postar um comentário