Na coluna Pinga Fogo (Inaldo Sampaio), no Jornal do Commercio:
Jarbas não é o que Lula pensava
Desde que chegou ao Palácio do Planalto no ano de 2003 o presidente Lula tentou diversas vezes reaproximar-se de Jarbas Vasconcelos. A imagem que tinha do senador pernambucano, pelo menos até domingo passado, era a do velho militante do MDB e PMDB que lutou pela anistia e as eleições diretas e o apoiou para presidente da República, contra Collor, em 1989.
Só que Jarbas tá noutra há muito tempo e o presidente Lula não vinha percebendo. Desde que se aliou ao PFL na eleição para o governo de Pernambuco em 1994 Jarbas não se tornou apenas um adversário político do presidente. Passou a odiar o PT e toda a sua militância conforme se viu nas duas campanhas de João Paulo para a prefeitura do Recife: 2000 e 2004.
Não obstante, o presidente Lula sinalizou diversas vezes na última campanha presidencial que gostaria de tê-lo como seu aliado e quanto mais mandava recados, mais Jarbas se distanciava dele e do PT. Somente depois do “episódio” Renan Calheiros é que o presidente Lula caiu na real. Ingenuamente, imaginava que o senador pernambucano era seu “aliado oculto” no Congresso, pronto para defendê-lo em qualquer circunstância, em razão de o PMDB estar no governo. A máscara só caiu no último domingo.
Foi preciso que o senador peemedebista fosse à tribuna do Senado hostilizar Renan e a própria instituição que ele preside para que o presidente da República se desse conta de que Jarbas Vasconcelos não quer conversa com ele nem com o governo. E mais: que é um dos mais ácidos críticos do governo e do PT.
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