Gazeta Mercantil:
Inflação ameaça ritmo de queda dos juros
A decisão do Copom de desacelerar o corte da taxa básica de juros, Selic, reduzida ontem em 0,25 ponto percentual para 11,25% ao ano, já era esperada por economistas e analistas de mercado. Mas o consenso em torno da decisão, que leva o juro real a 7,24%, surpreendeu. A tendência agora é que, com a demanda aquecida, a inflação em alta e a piora no cenário externo, o Banco Central interrompa a queda do juro na próxima reunião, em outubro. "Não dá para descartar essa hipótese, tanto que a unanimidade é uma forma de evitar qualquer tipo de recado sobre os próximos passos do BC", diz Alexandre Póvoa, sócio da Modal Asset. A economista-chefe da Mellon Global Investiment Brasil, Solange Srour, vai mais longe: "A inflação começa a preocupar e pode comprometer a meta de 4,5% para 2008". A preocupação com os preços foi reforçada ontem com a divulgação do IGP-DI, que em agosto subiu 1,39%, mais que o triplo do 0,37% em julho. "A inflação continua vindo acima do esperado, com forte pressão do grupo alimentação. O IPCA de agosto (a ser divulgado hoje) deve subir 0,5%, mais que o dobro do esperado", diz o economista-chefe da Concórdia Corretora, Elson Teles. Mas o professor da USP e pesquisador da Fipe Heron do Carmo não vê motivo para tensão, uma vez que a alta nos preços está concentrada em apenas alguns setores agrícolas.
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