No Avante!:
Trabalhadores carregam fardo da crise
. Os números foram confirmados a semana passada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), e indicam que em todo o mundo 923 milhões de seres humanos passam fome, cifra agravada em pelo menos 75 milhões de pessoas resultado do aumento do preço dos alimentos, da subida do valor das matérias-primas (52 por cento face a 2006) e do petróleo (que praticamente duplicou em um ano e meio), diz a FAO.
. Para este acréscimo contribuiu uma combinação de factores intrínsecos ao modelo de produção capitalista, entre os quais a sobreprodução e a cada vez mais desigual distribuição do rendimento; a exaustão dos recursos, sobretudo do petróleo, cuja dependência energética da cadeia produtiva se reflecte desde a extracção de matérias-primas até ao transporte e distribuição de produtos acabados; a depauperação dos solos e o desvio de parcelas férteis para alegados substitutos dos combustíveis fósseis (a produção de agrocombustíveis «comeu» 100 milhões de toneladas de cereais, afirma a FAO); a aquisição de terrenos de qualidade por parte de países detentores de capital-dinheiro interessados em assegurar o aprovisionamento alimentar futuro; a transferência de activos da esfera especulativa para as transacções nestes mercados, operada pelo capital financeiro em busca de válvulas de escape para a crise mundial da «economia de casino».
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