Jandira Feghalli, no Jornal do Brasil
Não há sabedoria mais verdadeira do que o simbolismo de sua
frase, floreada por nossos sonhos e vivências. E é por causa deste
ensinamento que me pego muitas vezes indignada ao assistir uma crescente
campanha contra a política, pautada por interesses do poder econômico, neo-liberais
e de monopólios da informação. Todos veladamente a favor, acredite, da
não-política.
Enquanto a
desinformação cresce segregando grandes feitos da política, generalizando tudo
e todos, em assembleias e no Congresso Nacional, faço um chamamento ao povo
brasileiro contra a despolitização. Um momento em que é preciso renovarmos os
laços democráticos entre povo e eleitos, cidadãos e seus anseios junto aos parlamentos
regionais ou nacional.
De forma
decisiva, e no bater do relógio, é momento de reforçarmos a política como
instrumento popular, sem rejeitar nossa maior conquista democrática que é o
voto livre. A chamada não é pela obrigatoriedade de uma caminho ou de outro,
mas pela consciência de escolha e da importância dela nos rumos de sua
comunidade. Que seja feita com plenitude.
Um famoso
manifesto brasileiro, escrito pelo militante histórico do Partido Comunista do
Brasil, Bernardo Jofilly, transversa uma verdade vestida em metáfora: “Toda
noite tem aurora/E toda aurora tem seus galos/clarinando no escuro o dia por
nascer”. O amanhecer é, realmente, um recomeço. É viver outras perspectivas e
expectativas. Onde a possibilidade de um novo momento se faz repleto de
esperança. Este momento é de esperança. E é a política que ditará as
possibilidades.
Como dizia
minha mãe, basta escolher o grão certo.
*
Médica, deputada federal (PCdoB/RJ) e presidenta da Comissão de Cultura ds
Câmara.
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