Fernando Botero
Soneto a quatro mãos
Vinícius de Moraes (com Paulo Mendes Campos)
Tudo de amor
que existe em mim foi dado.
Tudo que fala em mim de amor foi dito.
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.
Tudo que fala em mim de amor foi dito.
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.
Tão pródigo de
amor fiquei coitado
Tão fácil para amar fiquei proscrito.
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.
Tão fácil para amar fiquei proscrito.
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.
Tenho dado de
amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.
Pois se por
tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.
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