Observatório da floresta
Aldo Rebelo, no portal Vermelho
Entre os acordos que assinamos com a Alemanha,
durante a visita da chanceler Ângela Merkel ao Brasil, está o da Torre Alta da
Amazônia. Com 325 metros de altura, é o mais elevado observatório do clima
existente no mundo, vinte metros maior que um similar da Sibéria e, para
comparação mais visível, um acima da Torre Eiffel de Paris. Sua maior grandeza,
porém, está na utilidade.
A Torre Alta de Observação da Amazônia colherá partículas de ar a cada
cinco segundos para que os comutadores e cientistas analisem a influência do
bioma amazônico no clima do planeta.
Com duas subsidiárias menores e equipamentos de última geração
tecnológica, a torre-observatório é uma iniciativa dos governos do Brasil e
Alemanha numa conjuntura em que o clima da Terra causa grande preocupação e
interesse científicos. O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA),
vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, coordena o projeto,
em associação com a Universidade do Amazonas e o Instituto Max Planck de
Química.
Os cientistas brasileiros relatam que o complexo da torre já coleta
dados do ambiente, e, em duas a três décadas, reunirá dados para medir-se com
precisão os efeitos das mudanças climáticas globais nos ecossistemas da
Floresta Amazônica, em particular os associados ao aumento da temperatura do
ar, ao crescimento da concentração de gás carbônico na atmosfera e às possíveis
alterações dos regimes de chuva na região.
O Brasil lidera esse projeto com a convicção de que tem papel de
protagonista nos movimentos geopolíticos e científicos em torno das mudanças
ambientais em curso no planeta. Os países mais desenvolvidos já destruíram suas
florestas, secaram ou envenenaram rios, e continuam a poluir o ar, despejando
na atmosfera quantidades astronômicas de gases que provocam o efeito estufa. De
nossa parte, somos o país que mais preservou a mata nativa desde que o Homem
começou a explorar a natureza.
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