Nó górdio
Eduardo Bomfim, no portal Vermelho
O
Brasil encontra-se diante de questões complexas que estão na raiz dos nossos
grandes desafios quanto ao futuro e às intricadas circunstâncias da realidade
financeira internacional.
Uma dessas é a crise capitalista
global de 2008, o estouro da bolha financeira nos Estados Unidos, em que um dos
fatores primordiais foi a quebradeira dos chamados bancos de investimentos,
repassada às finanças internacionais, alastrando-se como uma praga às economias
mundiais via Mercado rentista.
Esse Mercado rentista, adquiriu
em algumas décadas grande força hegemônica financeira, midiática, política,
planetária transformando as economias nacionais em verdadeiras reféns das suas
movimentações de curto, médio ou longo prazo, cuja função essencial é a de um
cassino para um reduzido grupo de sócios atentos às debilidades internas das
nações ou mesmo forjadas por ele.
Não é possível dissociar as
ações predatórias do rentismo de outra máquina poderosa, a grande mídia
hegemônica global, cuja função central é propagar a versão uniforme sobre os
acontecimentos, a versão, e até mesmo a contraversão dos fatos, criando
artificial polarização social, entre os favoráveis e os contrários a certos
fenômenos atuais.
É fato que o Mercado atua no
discurso ideológico dominante, a agenda da atualidade, além da tentativa de
apartar os povos e as nações daquilo que realmente importa aos seus interesses,
as causas emancipadoras das grandes maiorias sociais.
O Brasil integrante de outra
Ordem global multilateral como o Brics é alvo de uma multiplicidade de
desestabilizações cuja finalidade tem sido impedir sua autonomia, a ascensão a
outro patamar da sociedade nacional.
O Mercado não é invisível, pelo
contrário. Encontra-se ancorado em potências como os EUA. É útil refletir sobre
a declaração de Putin, presidente da Rússia: a tentativa insana de destruição
dos Estados nacionais tem levado a humanidade a guerras de rapina cruentas,
crises econômicas brutais, flagelos sociais jamais vistos desde a 2a Guerra
Mundial.
Ao Brasil, 7a economia mundial,
de território, riquezas continentais, é vital atentar à realidade geopolítica
em curso, retomar sob bases avançadas o desenvolvimento econômico, sustar as
forças do rentismo, arquitetar um amplo leque de alianças sociais, políticas,
em defesa da nação soberana.
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