Círculo do ódio
Eduardo
Bomfim, no Portal Vermelho
Desde o momento em que o Mercado parasitário,
associado às injunções imperiais dos EUA, resolveu arquivar o patrocínio às
ditaduras fardadas pelos continentes os povos começaram a ver as consequências
das novas formas de desestabilização das nações especialmente aquelas que
adotaram políticas internas, externas independentes.
Daí é
que surgiram as “Primaveras Coloridas” cujo teórico é o senhor Gene Sharp,
espalhando-se por várias regiões onde os interesses do Mercado, os objetivos
estratégicos dos Estados Unidos estejam ameaçados de alguma forma.
O
livro de Sharp transformou-se em manual dos “movimentos” de origem duvidosa
quando não abertamente orientados pelos órgãos de inteligência, insurgência
especialmente dos EUA.
Porém
o manual das “Primaveras Coloridas” só pode ser aplicado com certa eficácia se
estiver devidamente respaldado pela mídia hegemônica e pelo Mercado via
bombardeio cirúrgico de propaganda aberta ou subliminar contra a soberania dos
Países.
No
caso do Brasil, por exemplo, boa parte da crise capitalista global que o atinge
é contaminada por forte componente político-midiático golpista. Só será
superada com a incontornável iniciativa política. Ações contábeis,
economicistas, são insuficientes para desatar esse nó.
Quanto
às “insurgências coloridas” exitosas, ali estavam presentes grupos midiáticos
ligados ao Mercado, aos EUA, que ainda ditam as políticas em grande parte do
mundo à exceção de algumas nações como a China e a Rússia, como exemplos.
O
notável é que todas as “Primaveras Coloridas” sempre terminam em regimes
sangrentos, na fragmentação dos Estados nacionais onde são aplicadas,
transformando tais sociedades em verdadeiros círculos de ódio difuso,
desconexos.
Assim,
alertam eminentes intelectuais, como o professor Moniz Bandeira, o que está em
curso é a desestabilização do Brasil, a criminalização da política como
expressão da democracia, a redução do papel estratégico das forças armadas na
defesa da integridade territorial, das riquezas naturais e, se possível, a
tutela de algum tipo de regime discricionário que vem sendo imposto em várias
partes do mundo.
Urge
aos segmentos progressistas, democráticos, patrióticos do País a lucidez de
constituir uma ampla frente em defesa da democracia, da nação sob graves
ameaças na atualidade.
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