03 março 2016

Na contramaré da crise

Sinais de vida em terreno árido
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10

Crise é crise e ninguém pode subestimá-la. Mais ainda quando a crise política e econômica atual, em nosso País, está entrelaçada com a crise global.
Nem se deve subestimá-la e muito menos analisá-la de modo unilateral, enxergando apenas o lado das dificuldades.
Por exemplo, quando surgem dados positivos o noticiário dominante ou esconde ou os subestima.  A resultante é a conclusão primária e superficial: o Brasil está no atoleiro e dele não sairá.
Imaginem se os demais países, inclusive os mais desenvolvidos, permitisse em enfoque distorcido quanto à evolução de suas economias!
Nestes últimos dias, há sinais de vida em terreno árido.
Mas a pressão pelo impeachment ou, pelo menos, a permanência da instabilidade política e da insegurança até o final do mandato da presidenta se despe de qualquer consideração multilateral dos fatos.
Cito três fatos de sentido positivo, na contramaré da crise.
Um - A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 3,043 bilhões em fevereiro. Ou seja, exportamos mais do que importamos. O melhor resultado para meses de fevereiro desde o início da série histórica da balança, em 1989, diretamente relacionado com o aumento de 4,6% das vendas externas. 
Dois – O governo investiu R$ 251 bilhões em obras do PAC em 2015 – cifra que surpreende aos que só enxergam coisa ruim. Entre os investimentos feitos, segundo o Ministério do Planejamento, destacam-se 270 quilômetros de rodovias (como 84,5 km da BR-418, que tem início em Minas Gerais, e 51 km da BR-235, que liga Sergipe ao Pará), a ponte Anita Garibaldi e o túnel do Morro do Formigão na BR-101(SC), 163 quilômetros da ferrovia Transnordestina, em Pernambuco, dois terminais hidroviários de passageiros na região Norte, o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), a recuperação do pátio do Aeroporto Santos Dumont (RJ) e a ampliação dos aeroportos de Santarém (PA) e Tabatinga (AM).
Três – Amenizada a crise hídrica, a partir de abril será adotada a bandeira verde no sistema de bandeiras tarifárias (substituindo a bandeira vermelha, que sinaliza contas mais caras. O consumidor deverá pagar menos pela energia.
O governo decidiu que até o final deste mês de março, serão desligadas sete usinas térmicas com custo de geração acima de R$ 420 por megawatt-hora (MWh). Em seguida, 15 usinas que geravam energia a um custo de R$ 250 por MWh.Não se supera, assim, a crise. Mas alguma luz começa a surgir – justamente pelo cambio favorável e pela tentativa de contornar o gargalho da infraestrutura.Há muito chão pela frente – e tudo passa pela formação de uma maioria nacional, para além dos partidos políticos, em favor da retomada do crescimento econômico inclusivo.
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