O virtual
e o real se fundem na eleição presidencial
Luciano Siqueira, no Blog de Jamildo/portal ne10
Consumado o prazo para a inscrição das chapas ao
pleito presidencial, hoje, atinge o auge uma disputa cotidiana entre a grande
mídia e o Partido dos Trabalhadores e aliados.
O PT, como se sabe, adotou como tática manter a
pré-candidatura de Lula, mesmo correndo todos os ricos de vê-la impedida pela
Justiça Eleitoral, partindo de dois pressupostos – um jurídico, de que cabe
exame e julgamento a hipótese do ex-presidente disputar, mesmo preso e
condenado em segunda instância por órgão colegiado: o outro político, de que o
País está dividido entre os vários candidatos da direita e centro-direita e
Lula.
Nos últimos meses, comentaristas e repórteres
esbravejam diariamente que essa opção tática poderia ser equivocada e falha,
pois visaria a manter o nome do líder metalúrgico em evidencia e, por extensão,
transferir intenções de votos para o eventual substituto já escolhido, o
ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (agora tendo como vice a deputada
Manuela D’Ávila, do PCdoB), sem nenhuma certeza disso..
Quanto mais dizem ser falha a tática, contraditoriamente mais ajudam, contrafeitos, a que de fato venha dando certo: Lula segue figurando em primeiro lugar nas pesquisas, em todos os cenários.
Uma extravagante contradição entre o virtual e o real, não superada pelos sofisticados e quase unânimes artifícios midiáticos.
Desse modo, Lula ganhou o primeiro round.
Agora, havendo ainda a cumprir procedimentos e prazos legais, na hipótese (mais provável) da rejeição da sua candidatura pelo TSE, se confirmará ou não a expectativa de que as intenções de voto nele frustradas se convertam em voto na chapa substituta.
É o que pressupõem estrategistas da candidatura de Geraldo Alckmin, que teriam optado pelo confronto direto com Jair Bolsonaro, na dianteira em relação ao tucano, tendo em mira um segundo turno contra Haddad (ou o próprio Lula).
Agora, para além dessa peleja, há o desafio tático de ambos alimentarem um ambiente favorável a ampliarem seus apoios na segunda rodada.
A chapa Lula ou Haddad-Manuela teria que se constituir em polo aglutinador de uma frente política e social a mais ampla possível, abarcando segmentos da esquerda ao centro.
Alckmin ou Bolsonaro, a se confirmar a viabilidade de um dos dois, teria que realizar a proeza de se distinguir de Temer, para escapar da percepção do eleitorado de que a agenda que propõem é a continuidade da que vem sendo praticada há dois anos.
Será o momento da inevitável fusão entre o virtual e o real.
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