A irrelevância de FHC foi a maior perda para o
liberalismo brasileiro
Luis
Nassif, Jornal GGN
O liberalismo brasileiro esbarrou em dois muros intransponíveis. O primeiro deles, o fenômeno Lula que explode em 2008 casando as políticas sociais anteriores com uma visão integrada de nação, contemplando a diplomacia, o papel da defesa, das políticas industriais e das formas de interação com as políticas sociais.
O segundo muro
foi o destino ter jogado o neoliberalismo brasileiro nas mãos de Fernando
Henrique Cardoso, provavelmente o mais desinteressado presidente da história
moderna do país. FHC saiu do governo desmoralizado não apenas entre as classes
populares, mas entre a elite econômica paulista.
Mas as
circunstâncias políticas colocaram a máquina de propaganda para recriar a
imagem pública dele, como um contraponto a Lula. Não adiantou. Faltou grandeza
a FHC como presidente e, mais ainda, como ex-presidente. Não encarnou nem as
virtudes públicas, nem as pessoais. Como, por exemplo, manifestar solidariedade
a um companheiro de caminhada democrática, como foi o caso de Lula.om todas as ressalvas que se pudesse fazer a eles, Mário Covas, Itamar, até
José Sarney nos momentos mais dramáticos da vida nacional, eram figuras
presentes. Quando o mensalão ameaçava provocar desequilíbrios relevantes na
vida política nacional, Itamar, Sarney, Fernando Collor, todos assumiram suas
responsabilidades, como ex-mandatários, com manifestações públicas em defesa da
democracia. Menos FHC.
Nem a idade
incutiu-lhe generosidade, responsabilidade institucional com o país. Tornou-se
um político e um intelectual irrelevante.
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