25 maio 2020

Palavra de poeta


Cidadela do impossível*
Chico de Assis

A cidade dos meus sonhos
não existe.

Por isso eu navego
entre rios
trafego entre pedras
atravesso avenidas

percorro ruas
vielas estreitas
do meu pais
e de outros países.

Por isso eu sequer pergunto
de onde venho
para onde vou
pra onde me levam.

Digo sempre que prefiro
voar ás cegas.
Vislumbro um horizonte vago
e sigo a passo de criança.

Por isso não perco a esperança.
Mas confesso que cansa.

* Recordação do face, de cinco anos atrás, expondo um poema , resultado da peregrinação que à época havia resolvido fazer, por entre cidades e países. Uma peregrinação em que penso prosseguir, até que algo muito forte, como o amor, aconteça e me faça parar.

[Ilustração: Joan Miró]

Fique sabendo https://bit.ly/2Yt4W6l

3 comentários:

Anônimo disse...

Belo poema, nele podemos perceber um misto de tristeza e esperança! O amor é sempre a melhor trilha, querido poeta!

Unknown disse...

Lindo poema, Chico. Parabéns e obrigada por nós presentear compartilhando.

Unknown disse...

Lindo amigo.