Por que não de portas abertas no Instagram?
Luciano Siqueira
Estou em praticamente todas as redes ditas sociais — Facebook, Twitter e Instagram —, mantenho um blog pessoal (lucianosiqueira.blogspot.com) desde de 2006 e, pelo menos uma vez por semana, faço um comentário em meu canal no YouTube ‘Luciano Siqueira opina’.
— Muito bem, você é um exemplo de
militante sintonizado com as novas mídias!, elogia o amigo Epaminondas.
— Nem tanto, corrijo.
É que uso essas ferramentas, mas
não as domino tecnicamente. Sequer sigo a orientação dos entendidos sobre a
melhor maneira de usá-las. E assim conquistar mais seguidores.
Simplesmente eu as uso. Expresso opiniões
sobre questões candentes na forma de artigos ou comentários curtos, compartilho
notícias, fotos, vídeos, charges e telas de pintores alguns famosos, outros nem
tanto.
Também divulgo poemas e crônicas,
estas da minha lavra ou de gente como Rubem Braga e outros.
A crônica é um gênero literário
que me agrada muito. Divulgar minhas próprias crônicas, invariavelmente
escritas “na perna”, me diverte bastante.
Assim, posso dizer que uso essas
mídias como uma boa conversa entre amigos. Sem arrefecer a postura militante. A
guerra segue em todas as trincheiras.
Isto posto, tem umas coisas que
ainda estranho.
Muita gente me segue no Instagram
e quando percebo tento retribuir seguindo também quem me prestigia com a sua
atenção. Mas frequentemente me deparo com contas “fechadas“, tenho que pedir
permissão para seguir quem me segue.
Não peço, desisto.
Eu pensava que quem está na rede é
peixe, entrou ali porque quer seguir e ser seguido. Deseja a troca, o diálogo.
Ou não?
Teoria da conspiração a parte, eu
me sinto espionado quando alguém me segue e não abre as portas para que eu
também lhe siga…
No Twitter a minha estranheza
acontece com a linguagem cifrada que muita gente usa, predominantemente jovens
e alguns pretensos humoristas. São dialetos que não traduzo.
E no Facebook tenho a impressão
nítida de que sirvo involuntariamente de apoio a terapia de alguns. Tem gente
que até conheço pessoalmente, que invariavelmente diz um desaforo, a título de
comentário, sobre o que eu postei.
— Quem é você para elogiar o Papa Francisco?, perguntou um desses meus desafetos gratuitos a propósito de um comentário positivo que fiz sobre uma declaração antineoliberal do Pontífice.
A conclusão óbvia é que as redes
digitais são apenas mais um canal por onde a verdade de cada um flui, inclusive
a intolerância e o mau gosto.
Não me aborreço, até me divirto.
Pelo sim, pelo não minha
participação nas redes sociais funcionam como hobby e me alivia da carga pesada
de trabalho diário — com a ajuda inestimável de amigos e amigas realmente
interessantes, atentos, solidários e bem humorados.
Veja: Razão e emoção na campanha eleitoral https://bit.ly/3d9XgLy
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