Veja o que fazer para reduzir o risco de contágio por coronavírus no dia da eleição
TSE tem protocolo sanitário para o dia da votação, e
especialistas aconselham cuidados no trajeto à zona eleitoral
Carolina
Moraes, Folha de S. Paulo
O
Tribunal Superior Eleitoral elaborou um protocolo
sanitário das eleições municipais de 2020 para evitar a
disseminação de coronavírus nos locais de votação.
Os espaços
serão adaptados para manter distanciamento mínimo de 1 metro entre os eleitores
e mesários e haverá álcool em gel disponível antes e depois da votação.
Eleitores e mesários são obrigados a usar máscara. O horário de votação foi
ampliado em uma hora para evitar aglomerações.
Infectologistas
e epidemiologistas ouvidos pela Folha,
no entanto, lembram que os cuidados para evitar o contágio devem começar no
trajeto para os locais de votação.
As
recomendações seguem as regras gerais que precisam ser adotadas para saídas de
casa durante a pandemia: o uso correto de máscaras, cobrindo o nariz e a boca,
o distanciamento entre as pessoas e a higiene das mãos após encostar em
qualquer superfície.
Para os
eleitores que não têm transporte individual ou a possibilidade de ir a pé ao
local de votação, o uso de transporte público também requer higienização das
mãos —e o ideal também é evitar os que estiverem cheios de passageiros.
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Nas seções
eleitorais, a Justiça Eleitoral excluiu a identificação biométrica e alterou o
protocolo de entrega dos documentos, que agora devem ser apenas exibidos aos
mesários, também para evitar o contágio, e especialistas recomendam que haja
uma higienização constante das mãos durante o período de votação.
Veja abaixo
perguntas e respostas dos principais cuidados para reduzir o risco de contágio
por coronavírus no dia da eleição.
Quais são os
cuidados básicos para evitar o contágio pelo coronavírus? As regras básicas não são diferentes das já recomendadas para quem
precisa sair de casa. Segundo Leonardo Weissmann, infectologista e consultor da
Sociedade Brasileira de Infectologia, isso inclui manter o distanciamento
físico entre as pessoas, evitar aglomerações, usar corretamente a máscara
—cobrindo o nariz e a boca— e higienizar as mãos após o contato com qualquer
superfície.
As medidas
minimizam a possibilidade de contato com gotículas liberadas no ar, secreções
ou alguma superfície contaminada.
"É o
que a gente faz no dia a dia quando vai ao caixa do banco", exemplifica
Maria Aparecida Patroclo, professora de saúde coletiva e epidemiologista, sobre
a formação de filas e contato com as urnas durante as eleições.
Quais são os
principais cuidados durante o trajeto para o local de votação? Para os que não têm transporte individual ou a possibilidade de ir a pé
para os locais de votação, utilizar o transporte público requer atenção.
Natalia Pasternak, doutora em microbiologia pela USP e presidente do Instituto
Questão de Ciência, explica que esse é um dos locais com maior risco de
contaminação, já que há a possibilidade de aglomeração e a necessidade de
encostar em superfícies.
Além do uso
de máscara, a especialista recomenda higienizar as mãos antes e depois de encostar
em corrimãos e catracas, por exemplo. Se possível, é importante também evitar
aglomerações.
Posso me
contarminar tendo contato com panfletos e outros tipos de papeis? Sim. Leonardo Weissmann explica que o risco de contaminação se dá
tanto pela proximidade entre as pessoas na distribuição do material quanto pela
possibilidade do papel estar contaminado.
Segundo o
Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, em nota publicada em maio, "com base em
estudos de laboratório, é possível uma pessoa contrair Covid-19 por tocar uma
superfície ou um objeto que está com o vírus e depois tocar sua boca, nariz ou
olhos". "Mas acredita-se que essa não seja a principal via de
transmissão da doença”, diz a entidade.
Há algum
remanejamento de locais de votação previstos para que os eleitores votem em
locais mais próximos de suas residências? Não, mas eleitores idosos, com deficiência ou com mobilidade reduzida
podem solicitar transferência para seção especial.
Como os
locais de votação serão adaptados para receber os eleitores? Todos os espaços, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), terão
álcool em gel disponível para higienização das mãos antes e depois da votação.
A epidemiologista Maria Patroclo sugere que cada eleitor tenha um frasco
próprio de álcool em gel na bolsa —recomendação que, reforça a especialista,
serve para todos os momentos em que for necessário sair de casa durante a
pandemia.
Para evitar
proximidade entre as pessoas, fitas adesivas no chão marcarão o distanciamento
mínimo de 1 metro tanto entre os eleitores na fila para votação quanto entre
eleitores e mesários.
O uso de
máscara também será obrigatório.Ingerir alimentos, beber ou qualquer outra
atividade que exija a retirada da máscara estão proibidas nos locais de
votação.
Quais são as
principais medidas adotadas pelo TSE para evitar aglomeração nos espaços? O horário de votação foi ampliado em uma hora, e acontecerá das 7h às
17h.
Além disso,
o eleitor poderá justificar ausência no aplicativo e-Título, disponível para celulares e tablets com
sistemas operacionais iOS ou Android, sem sair de casa. A medida foi tomada
para reduzir o fluxo de pessoas nos locais de votação.
O Código
Eleitoral prevê multa de três a dez por cento sobre o salário mínimo da região
para os que deixarem de votar e não se justificarem.
Os
especialistas também sugerem que os eleitores tentem evitar horários com maior
fluxo de pessoas nos locais de votação e, assim, não provocar aglomerações.
Como evitar
o contágio por coronavírus em superfícies durante a votação? O TSE alterou protocolos para reduzir o contato com superfícies nas
eleições. A identificação biométrica foi excluída no dia da votação. Segundo o
TSE, cerca de 400 pessoas colocariam as mãos em um mesmo aparelho no dia da
eleição.
A
consultoria sanitária recomendou essa mudança para além de diminuir o risco de
contágio em superfícies evitar a formação de filas e aglomerações, já que o
protocolo é um dos mais demorados nas etapas de votação.
Sem a
biometria, a confirmação da identidade do eleitor será feita mediante
assinatura do caderno de votação. A Justiça Eleitoral recomenda que cada um
tenha sua própria caneta. Caso o eleitor não leve, haverá uma para uso
coletivo. Os mesários serão orientados a higienizar essas canetas com álcool
70% antes e depois do uso.
A doutora em
microbiologia Natalia Pasternak reforça que o ideal é que cada eleitor leve sua
caneta, como sugerido pelo TSE.
O
recebimento do comprovante de votação passará a ser facultativo e entregue só
mediante solicitação do eleitor. Além disso, em vez de entregar o documento de
identificação ao mesário e retirá-lo após a votação, o eleitor deve apenas
exibir o documento oficial ou o e-Título pelo aplicativo mantendo a distância
de 1 metro.
O protocolo
sanitário também prevê a higienização constante de outras superfícies do
espaço, como as mesas e cadeiras usadas pelos mesários.
As urnas
serão higienizadas durante a votação? Não. Segundo
o TSE, as urnas não podem ser higienizadas por eleitores ou mesários já que um
protocolo inadequado prejudicaria o equipamento. Para evitar o contágio nessa
superfície, os eleitores serão orientados a usar álcool em gel antes e depois
de utilizar a urna. O uso de luvas não é recomendado.
O
infectologista Leonardo Weissmann também reforça que é importante evitar tocar
nos olhos, nariz e boca enquanto as mãos não estiverem higienizadas após a
votação na urna.
No
transporte das urnas, a recomendação da consultoria sanitária aos Tribunais
Regionais Eleitorais, responsáveis pelo transporte, é de que os funcionários
envolvidos usem máscaras, mantenham distância de 1 metro e higienizem as mãos
com álcool em gel ao chegar e sair do local de votação com os aparelhos.
Quais são os
principais itens de segurança para proteger os mesários? Eles receberão máscaras para trocar a cada quatro horas, um face
shield (protetor facial), álcool em gel individual e álcool 70% para limpeza de
superfícies.
A Justiça
Eleitoral não garantirá transporte individual para os mesários, e orienta que
eles evitem veículos cheios e mantenham a distância mínima de 1 metro de outras
pessoas se possível.
Natalia
Pasternak lembra que é importante os eleitores cuidarem para não expor os
mesários. Para isso, é importante seguir as instruções de distanciamento e
evitar contato físico.
Quais as
recomendações de higienização no retorno para a residência? Depois de higienizar as mãos para retirar a máscara, o ideal é deixar a
roupa usada em uma área de serviço para ser lavada e fazer uma segunda
higienização das mãos, diz Leonardo Weissmann.
Quem tiver
febre, ainda sem receber diagnóstico de Covid-19, deve ir à votação? Não. Todos os eleitores e mesários que tiverem febre nos 14 dias
anteriores não devem comparecer e poderão justificar a ausência. Os mesários
também devem avisar sua zona eleitoral.
Patroclo
lembra que essa é uma orientação que vale para outros espaços.
"Quem
tem sintoma gripal, deve ficar em isolamento: não deve trabalhar, não deve ir
ao mercado, ao banco. Deve ficar no seu domicílio até fazer um exame que seja
adequado."
Veja:
Razão e emoção na busca da vitória https://bit.ly/3d9XgLy
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