Guerra
cultural inverte o sentido original da política ao suprimir o diálogo
CEZAR XAVIER
portal da Fundação Maurício
Grabois
O modo como a retórica do ódio se expressa em forma de
disputas de narrativas nas plataformas de redes sociais precisa ser superada
pelo debate ideológico e crítico para resgatar o diálogo e a democracia, é o
que dizem os especialistas em debate promovido pela ADJC, no contexto do Fórum
Social das Resistências.
O tema da Guerra Cultural e da Luta ideológica foi
objetivo de debate, promovido pela Associação dos Advogados pela Democracia,
Justiça e Cidadania – ADJC, com a participação do advogado e diretor da ADJC,
Aldo Arantes, do professor João Cezar de Castro Rocha, da doutoranda em
Ciências da Comunicação pela ECA/USP, Renata Mielli, do advogado Lúcio Flávio
de Castro Dias e do diretor da Abong, Mauri Cruz.
A atividade virtual é a primeira a ocorrer no contexto do
Fórum Social das Resistências, que estaria realizando sua Marcha de abertura
nesta quarta-feira, em Porto Alegre, não fosse o contexto de agravamento da
pandemia. A programação completa consta do site
www.forumsocialdasresistências.org.br.
Aldo Arantes falou da importância de dar um basta aos
ataques do governo Bolsonaro às instituições democráticas, aos movimentos
sociais, com desinformação e negacionismo científico. Para isso, ele lembrou do
lançamento do livro Reconstruir a democracia: União de amplas forças
políticas e sociais para a luta ideológica, que reuniu especialistas
de diversas área para analisar este processo de guerra cultural e ideológica
que a extrema direita promove.
Para ele, a guerra cultural visando eliminar o inimigo,
precisa ser substituída pelo debate ideológico que apela ao pensamento crítico.
Ele observa que o mesmo eleitor que votou em Lula, votou depois em Bolsonaro,
em função da guerra cultural que hegemonizou o debate político.
Por isso, Aldo acredita que o resgate do debate crítico
que rompa com a disputa de narrativas raivosas do bolsonarismo é a única forma
de resgatar a democracia no Brasil. Ele complementou su raciocínio com as
inúmeras contradições do governo Bolsonaro que se impõem apesar da disputa de
narrativas e da guerra cultural, conforme se tornam verdades factuais que
afetam diretamente a vida concreta dos brasileiros.
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