03 julho 2022

Uma crônica para descontrair

Máscaras 

Patrícia Montalvão*

 

Então ela vira tendência.

Melhor tendência para a proteção do contágio viral ou virais…

Desde a antiguidade, as máscaras serviam aos artistas teatrais para caracterizar personagem e permitir melhor ilusão.

A etimologia da palavra remete a “disfarce” ou “proteção”. 

Na brincadeira de carnaval, ela é fantasia.

No pior do uso, bandidos nela se escondem.

Na era da baixa autoestima, serve para omitir um sorriso “sem graça”, um lábio “sem cor”, um expirar enjoado pela boca, uma meia-face “tristonha”. Mente a dor, ao tempo que disfarça a mentira.

Na gaiatice popular, esconde “o feio”, as “imperfeições” ou burla o mau hálito (nem sempre bem sucedido).

Na conversa, não revela a leitura labial, consequentemente, também não, do que o coração está cheio.

Mas, o que mais?

Desperta uma curiosidade da real fisionomia do outro (seria dupla?), da alegria de um sorriso aberto ou da própria personalidade, já que se evita a fala, para não sobrevir falta de ar…

Expressa, com mais veemência, o que diz e sente o olhar. Este, esquecido outrora. Passa ele (o olhar) a trabalhar mais, para não revelar tanto. Quando ele chora, ela serve de lenço.

Por fim, mas sem esgotar outras tantas tendências, inclusive estratégicas e profissionais, ela maquia a ausência de maquiagem, “suaviza” as marcas do tempo.

Ela, de fato, disfarça, esconde e protege (tendência).

*Funcionária pública, cronista

Leia também: Quem é que diante do espelho https://bit.ly/3acz1iV

Um comentário:

Dpizza disse...

Sensacional... Quanta sensibilidade... Parabéns!