Arte, Cultura e bom senso de volta ao Palácio do Planalto
Enio Lins www.eniolins.com.br
Metrópolis,
o site, informou na segunda-feira que a primeira-dama do
Brasil, Janja da Silva, – durante a posse da Ministra da Cultura, Margareth
Meneses – anunciou um projeto para “recompor o patrimônio cultural do
Planalto”. Excelente iniciativa!
Não só o Plano Piloto e os palácios, mas as obras de arte ali são patrimônio
histórico, artístico e cultural brasileiro (da Humanidade, conforme decisão da
UNESCO). Cada palácio brasiliense tem acervos de bens móveis que são tesouros
culturais.
Inclusive os ditos
apartamentos funcionais tinham (terão ainda?) equipamentos que
deveriam estar tombados. Lógico que por questões óbvias de manutenção, um
pequeno número de unidades seria conservado integralmente, mas isso é outra
história.
Voltemos ao
interpretado, nesse primeiro momento, da fala de Janja. A
mídia tem se concentrado em avaliar o patrimônio contido no Palácio do
Planalto, o que tem sua lógica, pois é a mais importante referência do Poder
Executivo nacional.
Emblemático é o
exemplo dado como primeiro passo: a devolução a seu espaço
tradicional do quadro “Orixás”, representando três divindades afro-brasileiras.
O energúmeno que melou o Planalto entre 2018 e 2022 mandou retirar o quadro em
2020.
“Orixás”, de Djanira (1914-1919), pintado em 1960, tem 3,61 x 1,12 metros, é
uma obra referencial nas artes plásticas brasileiras, ficava no Salão Nobre do
Palacio do Planalto e tem valor avaliado entre R$ 1,5 a R$ 3,5 milhões.
Em gesto que
expressou sua ignorância geral e preconceito religioso
no particular, o mito chorão substituiu essa obra expressiva por uma cópia
fuleira de outro quadro do próprio palácio, passando a exibir uma reprodução e
o original.
Devolver “Orixás” a seu devido lugar simboliza o retorno do respeito à
cultura brasileira ao Palácio do Planalto. Só isso, se fosse iniciativa
isolada, já valeria a pena. Mas, mais que isso, a primeira-dama anuncia um
projeto amplo de recuperação do patrimônio artístico e cultural nos espaços de
trabalho da Presidência da República.
Muito melhor ainda é se essa política for estendida, como dito no
início, para o conjunto dos bens móveis do magnífico patrimônio artístico e
cultural brasileiro que está abrigado nos imóveis do Estado em Brasília.
A realidade é furta-cor https://bit.ly/3Ye45TD
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