A vitória nasce do talento e da alma
Por que
times que jogam em casa têm vantagem expressiva contra adversários de qualidade
semelhante?
Tostão/Folha de S. Paulo
Apesar da
grande evolução científica do futebol, ainda prevalece no Brasil e em
todo o mundo uma vantagem expressiva para os times que jogam em casa contra
adversários de qualidades técnicas próximas ou semelhantes. Por quê?
No meio de
semana, pela Liga dos Campeões, Barcelona e PSG perderam o segundo jogo fora de
casa, mas garantiram
classificação para as semifinais por causa das vitórias
expressivas que tiveram na primeira partida.
Em casa, o
Borussia Dortmund, carregado pela sua exuberante torcida, teve uma atuação
soberba na vitória sobre o Barcelona por 3 x 1. Jogou muito mais do que sabe, o
que ocorre várias vezes em equipes que atuam em casa. O Borussia fez uma
marcação por pressão com uma incrível intensidade, sem deixar que o talentoso
meio-campo do Barcelona ficasse com a bola e propiciasse ao excepcional trio de
atacantes chances de marcar gols.
No passado,
dizia-se muito que a melhor defesa era o ataque. Hoje, mais importante ainda
que ter um excelente meia de ligação, camisa 10, é recuperar rapidamente a bola
no campo adversário.
Já o Real Madrid perdeu
os dois jogos
para o Arsenal, o que não era esperado. O futebol tem muitas lógicas
que se cruzam. Tudo é incerto. Evidentemente, há sempre fatores técnicos e
táticos.
Repito, o Real
Madrid contratou dois excepcionais atacantes (Bellingham e Mbappé), que estão
entre os melhores jogadores do mundo, mas o time não tem mais o equilíbrio, o
jogo coletivo e a eficiência defensiva que tinha quando jogava com um trio no
meio-campo Casemiro, Modrić e Kroos e outro no ataque com Vini, Rodrygo e
Benzema (um centroavante artilheiro e armador).
Nas quatro
primeiras rodadas do Brasileirão, 40 partidas, apenas seis equipes ganharam
fora de casa. O Cruzeiro, com vários caros jogadores
contratados na reserva, fez, inflamado pela torcida, uma excelente partida na
vitória por 3 x 0 contra o Bahia. Parecia o Borussia contra o Barcelona,
marcando por pressão com enorme intensidade, sem deixar o adversário ficar com
a bola e trocar passes.
Na quarta
rodada do brasileirão, apenas Palmeiras, Fluminense e Bragantino venceram
fora de casa. O Palmeiras jogou muito bem contra o Inter.
O
meio-campista colombiano Richard Ríos marca com grande intensidade e ainda
chega à área com talento, como no lance do gol do Palmeiras. Na seleção da
Colômbia ele faz isso melhor, pois o time joga com um trio no meio-campo, um
volante centralizado e dois meio-campistas que atuam de uma intermediária à
outra (Richard Ríos e Arias).
O Santos, em
casa, mesmo com a saída de Neymar no meio do primeiro, ganhou do Atlético-MG
por 2 x 0, que é superior. O galo ainda não venceu no Brasileirão. Quatro jogos
é pouco, mas os times já começaram a mostrar o seu caminho técnico que veremos
ao final da competição. Ainda teremos surpresas.
Além da
torcida e de outros fatores, a razão mais importante para haver muito mais vitórias
dos times anfitriões é o psicológico, a pressão emocional positiva para ganhar,
ao contrário dos visitantes, que se sentem inibidos diante da torcida e do
ambiente adversário. Continua verdadeiro o antigo clichê de que o torcedor é o
décimo segundo jogador.
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