24 janeiro 2009

Bom dia, Salgado Maranhão

O verbo

Passos da manhã
trazem-me o dia
a desovar enganos.

(O amor me busca
como um predador.)

No entanto
o verbo freme. Ateia
fogo aos abismos
reincide ao pó
e ao efêmero.

No entanto arrasto
o canto à borda
dos incêndios.

Ó caminhos que afundam
minhas rasuras!

O que é do tempo
é da terra
o que é da terra
é do ter.

Ó escudos de selva
e trilho!

Do que me atrevo
sobrevivo.

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