No Vermelho, por Eduardo Bomfim
A queda dos falsos paradigmas
O que transparecia óbvio realmente está acontecendo, a crise da economia internacional vai se aprofundando paulatinamente atingindo um número cada vez maior de Países.
Nesta semana a Espanha e a Itália foram sacudidas por violentos ataques especulativos cujos resultados serão em maior ou menor grau semelhantes aos que levaram à bancarrota financeira Portugal, Grécia, Irlanda e a Hungria que quarta-feira declarou-se insolvente pedindo moratória por um ano.
Já os Estados Unidos amargam uma recessão profunda associada a uma crise dos rumos políticos que se mostrou mais evidente com os episódios sobre o aumento do teto da sua dívida pública de trilhões de dólares.
Outros fatores vão se sobressaindo na atual crise econômico-financeira norte-americana: a força crescente da direita fundamentalista, em especial o Tea Party, e o rápido declínio de um presidente extremamente fraco.
Obama galvanizou os eleitores dos EUA, foi vendido ao planeta pela grande mídia global como um novo líder mundial, mas que na verdade mostrou-se um obcecado em servir ao capital financeiro e ao complexo industrial militar norte-americano através de agressões militares imperiais.
Essa crise do capitalismo não é conjuntural, fruto de alguma catástrofe natural ou decorrente de uma epidemia que esteja afetando em escala mundial a humanidade, as colheitas ou rebanhos de animais.
Ela é inerente ao sistema capitalista que ciclicamente provoca desastres tremendos entre as nações e as sociedades. A estratégia de recuperação sempre será a de mais cortes nos gastos sociais e aumentos dos impostos provocando o empobrecimento das classes trabalhadoras e segmentos médios.
A tendência atual será de um aumento fantástico de riquezas em mãos de uma minoria de especuladores. A outra resultante dessa crise financeira global é o desmascaramento da Nova Ordem Mundial e suas doutrinas, tais como o neoliberalismo e o multiculturalismo.
As gerações com menos de quarenta anos de idade cresceram (e combateram) sob a hegemonia de falsos paradigmas econômico-culturais, que impuseram ao mundo e ao Brasil um discurso de civilização extremamente individualista, fragmentada, intolerante e regressiva.
Nesses tempos de crise, mas fundamentalmente de resistência social e transição a um novo cenário internacional, surgem as condições para que avancem as lutas nacionais e populares por um mundo melhor e mais justo.
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