Ricardo Kotscho, em seu blog
Termino de
ler os jornais e me dá um desânimo danado: só tem notícia ruim, comentários
apocalípticos sobre a economia, denúncias para todo lado, uma desgraceira
geral, com o país a meio passo da beira do abismo.
"Com um PIB mixuruca, superávit fiscal frouxo, inflação no teto, balança desbalanceada (...)", assim resume a situação minha amiga Eliane Cantanhede em sua coluna na Folha desta quinta-feira.
Nem dá
vontade de abrir o computador. Por isso, levo um susto quando vejo a manchete
do nosso R7: "CNT: contra Marina ou Campos, Dilma venceria no 1º
turno _ Aprovação de Dilma tem leve alta".
Deve ter
alguma coisa errada, fora de ordem e de lugar: os números da pesquisa
CNT/MDA (ver matéria da minha colega Kamilla Dourado), não batem com o
noticiário da imprensa, segundo o qual, Dilma deveria estar despencando pelas
tabelas e a oposição em festa, só esperando a hora de receber os abraços pela
vitória.
Ou a maior parte do povo não lê mais jornais nem se interessa em saber o que a imprensa pensa, ou daqui a pouco vai aparecer algum blogueiro furioso justificando os bons números da presidente Dilma pela ausência do nome do pré-candidato tucano José Serra nesta pesquisa.
Relaciono
abaixo apenas alguns números que devem deixar atônitos nossos analistas e
cientistas políticos, que já não encontram mais nem adjetivos para mostrar o
fracasso do governo e a decadência do país nos governos do PT:
* Além de
vencer qualquer adversário no primeiro turno e ganhar de lavada no segundo, se
houver, Dilma cresceu quase três pontos na pesquisa espontânea, aquela em que
os votos são mais consolidados: passou de 16% para 18,9%. Na mesma pesquisa,
Aécio foi de 4,7% para 6,7%; Marina caiu um pouco, de 5,8% para 5,6% e Eduardo
oscilou positivamente de 1,6% para 2,2%.
* Outra
tabela que só dá boas notícias para Dilma é a da rejeição. Dilma viu seu índice
cair quase cinco pontos percentuais de setembro para novembro: de 41,6% para
36,5%. Os outros todos aumentaram a rejeição: Aécio, foi de 36,8% para 38,7%;
Eduardo, de 33,5% para 37,3% e Marina, de 30,8% para 33,6%. Em outras pesquisas
anteriores, o campeão de rejeição era José Serra, mas desta vez seu nome não
foi incluído na lista dos presidenciáveis.
* A
avaliação positiva do governo Dilma passou de 38% para 39% e o desempenho
pessoal da presidente oscilou de 58% em setembro para 58,8% em novembro.
* Segundo
Marcelo Souza, diretor da MDA pesquisa, Dilma foi quem mais herdou votos
de Marina de uma pesquisa para outra: dos 22% que a ex-ministra tinha em
setembro, quando ainda tentava criar seu partido e era candidata, 7 pontos
percentuais migraram para Dilma; 4 foram para Aécio e 4 para Eduardo.
Está bom
assim ou precisa desenhar para mostrar a distância existente entre o que a
população pensa da presidente, do governo e do país, conforme todas as
pesquisas publicadas nos últimos meses, e aquilo que lhe é apresentado
diariamente pela nossa mídia e por alguns dos nossos comentaristas?
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