Guerra nas redes e nas ruas
Luciano
Siqueira, no portal Vermelho
Logo cedo, ouço no rádio uma bateria de
"analistas" e personalidades várias (incluindo o próprio advogado
Miguel Reale Junior, um dos subscritores do pedido de impeachment), todos em
trincheiras da ultra-direita, cuidando do "clima" que desejam
favorável ao golpe.
Sinais
da dimensão da guerra agora instaurada, pondo em causa a preservação da
democracia e a continuidade das transformações operadas no País desde 2003.
Guerra
é a expressão mais adequada para traduzir o novo patamar do conflito político,
envolvendo interesses de classe bem definidos.
Guerra
de muitas trincheiras: no Judiciário, no Parlamento e nas ruas.
Nas
ruas e nas redes. Nunca foi tão preciso esse chamamento à militância e a todos
os que se batem pela democracia e pelo progresso: lutemos nas ruas e nas redes!
Que
cada um ocupe seu posto.
Que
se peleje nas redes sociais com argumentos consistentes, em linguagem clara e
compreensível, evitando provocações. Para convencer, mobilizar.
Ataques
devem ser rechaçados com firmeza; provocações devem ser postas de lado, na lata
do lixo.
A
trincheira das redes sociais há de se conectar com as ruas.
O
atual Congresso Nacional, de maioria conservadora - sobretudo a Câmara - e
pusilânime, mostra-se muito vulnerável à pressão da mídia hegemônica
reacionária e à algazarra da direita.
Tal
como em batalhas marcantes de nossa história recente, a pressão popular há que
tomar as ruas mediante pequenas, médias e grandes manifestações. Todas as
formas são válidas.
O
deputado Eduardo Cunha dá provimento ao pedido de impeachment num instante em
que se vê desmoralizado pelo charco de corrupção em que é pilhado. Reage em
desespero contra o risco da perda do mandato e de ir para a cadeia.
Age
quando o governo conquista importante vitória na votação das metas fiscais.
Agora
terá novamente a seu lado a oposição que recentemente passara a execrá-lo.
Tudo
isso é verdade e pode ser corretamente explorado por nossas forças.
Mas
há dois pontos a considerar, desde já. A verborréia direitista já insinua que a
queda dupla de Cunha e Dilma poderia ser a fórmula da "pacificação"
nacional. Veneno puro. Inaceitável!
O
outro ponto: os que até agora não haviam se unido, poderão se unificar em torno
da resistência ao impeachment: partidos, lideranças políticas, movimentos
sociais, personalidades, religiosos, empresários progressistas.
A
resistência terá êxito se plasmada através de uma frente a mais ampla possível.
Para repercutir a voz das ruas e pressionar o Parlamento.Uma frente que
dialogue com o governo em torno de propostas pós-ajuste fiscal e, assim, pactue
a agenda do desenvolvimento.
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