Brasil cai 13 posições no ranking de países seguros para LGBTs
CartaCapital - O Brasil passou do 55º lugar em 2018 para o 68º em
2019 no ranking do site Spartacus dos países mais acolhedores para a comunidade
LGBT. Uma queda de 13 posições em relação ao ano passado e, na comparação com
os últimos 10 anos, o tombo é ainda maior: 49 posições. Em 2010, os brasileiros
chegaram a ocupar o 19° lugar.
A criminalização da homofobia está em votação no Supremo
Tribunal Federal (STF). O placar está 4 a 0, favorável para
que o preconceito contra gays vire crime de racismo. São necessários que mais
dois ministros votem a favor da criminalização. O julgamento, porém, não tem
data prevista para ser retomado.
O site Spartacus estabeleceu
seu ranking dos países mais abertos à comunidade LGBT. Ele se baseia, em
particular, nas informações fornecidas pela ONG de direitos humanos, Human
Rights Watch, e também em estatísticas da ONU e da Organização para a Segurança
e Cooperação na Europa (OSCE). No total, 197 países são classificados no
ranking da Spartacus.
Outra queda expressiva
segundo o ranking foi da França. O país passou do sexto lugar em 2018 para o
17º em 2019. As causas são os ataques homofóbicos e o adiamento da revisão das
leis da bioética, especialmente em relação à PMA, a procriação medicamente
assistida, hoje reservada na França apenas a casais heterossexuais.
Critérios
Os critérios são
classificados em três categorias, segundo a rádio francesa France Inter:
direitos adquiridos (como casamento para todos ou a possibilidade de adotar
crianças por um casal gay), discriminação e quantidade de restrições aos
direitos individuais. Na primeira categoria, é avaliado, por exemplo, se o país
legalizou o casamento para todos ou se a adoção de crianças é possível para um
casal do mesmo sexo.
A segunda
categoria diz respeito a questões como a idade do consentimento sexual: é o
mesmo para casais do mesmo sexo e casais heterossexuais? Existem leis
anti-discriminação? Existem restrições de viagem para pessoas seropositivas? A
Parada Gay é permitida? Na terceira categoria estão as perseguições, sentenças
de prisão e sentenças de morte contra pessoas LGBT.
Portugal no topo da lista
No topo do ranking,
figuram Portugal, Suécia e Canadá. Portugal subiu 27 lugares, terminando em
primeiro em um empate com a Suécia e o Canadá. Em Portugal, a adoção de
crianças por casais homossexuais e o casamento gay são considerados efetivos e
justos pelas associações LGBT.
Classificado em
34º lugar em 2017, os Estados Unidos caíram para o 39º lugar em 2018 e ficaram
apenas em 47º este ano. A política de Donald Trump é a causa da queda
vertiginosa. No 68º lugar, o Brasil de Jair Bolsonaro ficou bem atrás de países
como Porto Rico (35°), Moçambique (41°), Cuba (47°), Costa Rica (47°), Bósnia
(47°), Bolívia (41°) e Hungria (57°).
A Chechênia é a última
da lista pelo segundo ano consecutivo. Desde 2017, o país reprime abertamente
cidadãos LGBT. Perseguições contra homossexuais na Chechênia colocam o Kremlin
sob pressão e o expurgo se intensificou desde janeiro de 2019.
Uma associação LGBT russa denuncia uma
“nova onda” de perseguições contra homossexuais na Chechênia, que teria matado
duas pessoas e levado a cerca de 40 detenções em janeiro. As autoridades desta
república do Cáucaso de maioria muçulmana negaram as acusações, retransmitidas
pela mídia da oposição, dois anos após relatos de tortura de gays terem
provocado uma onda de indignação internacional.
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