Enfim os marcianos?
Luciano Siqueira
Há uma espécie de sincronia entre as notícias que de
vez em quando vejo acerca de recentes descobertas dos astrônomos que estudam
nossa galáxia e as aventuras de Flash Gordon, em revista em quadrinhos, que lia
na minha infância.
A diferença é que as revistas eu colecionava e não
perdia uma aventura. Já as pesquisas científicas atuais sobre o Universo, me
interessam, mas apenas o suficiente para fixar o que me parece essencial. Só.
O essencial, no caso, não é bem o exato conteúdo da
descoberta; é apenas a sensação, que se reforça em meu espírito, de que somos
mesmo uma minúscula partícula desse infinito mundo ainda pouco conhecido.
Nossa amada Terra não passa disso, por mais que nos encante a vida com todo o seu cortejo de emoções, ideias e acontecimentos.
Outro dia anotei que astrônomos descobriram um sistema com sete planetas semelhantes ao nosso, situados na órbita de estrela Trappist-1, na constelação de Aquário, localizada a 40 anos-luz da Terra.
A estrela-anã tem apenas um décimo da massa do
nosso Sol.
Todos com
água líquida potencial para a existência de seres vivos – garante o astrofísico Michaël Gillon, um dos autores do estudo, publicado na
revista Nature.
Mais
algumas descobertas dessa natureza, quem sabe possamos enfim encontrar os tão
aguardados marcianos – mesmo que não habitem Marte.
Aí a
ficção cientifica cada vez mais sofisticada no cinema venha a se fazer real.
Com todas as implicações estratégicas, culturais e filosóficas.
No
Brasil dos nossos dias, quando se pretende ensinar nas escolas o criacionismo,
é de imaginar o impacto sobre as convicções e as atitudes dos arautos do obscurantismo.
Para o
novo titular do Itamaraty, por exemplo - que sustenta a “tese” de que a
globalização como a temos hoje e os impactos das mudanças climáticas sobre a
vida dos povos não passam de invencionice ideológica marxista – certamente
esses sete planetas devem ser algum artifício cubano para colocar em risco a
Civilização Ocidental Cristã!
Mas aí
já serão outros quinhentos.
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