Luciano Siqueira
Imaginemos um australiano ou neozelandês, ou mesmo um turco ou sul-africano que
desembarcasse agora no Brasil e desse uma olhadela nas disputas pelas prefeituras,
em segundo turno.
Entenderia fácil? Certamente não.
A começar pela emaranhado de siglas partidárias que estão juntas ou separadas
ou em conflito aberto em diferentes municípios. Às vezes num mesmo estado.
Pior: no âmbito de uma coalizão partidária, divergências. Inclusive sobre
nuanças táticas.
E tudo isso normal, nada de extraordinário.
A complexidade da sociedade brasileira, diferenças e desigualdades econômicas,
sociais e culturais, com rebatimento político, se revelam nas disputas
eleitorais.
Unidade e luta, convergência e tensão – são componentes incontornáveis, nem
compreendidos pelos atores políticos.
E que impõem um esforço de esclarecimento e de educação da militância e de
ativistas mais esclarecidos e empenhados nas refregas.
A um partido como o PCdoB, então, que mira um objetivo estratégico de largo
alcance e busca acumular forças para tanto nas lutas imediatas, tar e
esclarecer e educar a militância é indispensável.
Mais ainda nesse tempo de comunicação virtual instantânea, redes sociais,
aplicativos e que tais. Militantes não podem tão somente repetir “no
automático” control-C e control-V, copiar e colar. Têm que examinar conteúdos,
opinar e não apenas passar adiante.
Mas o fato é que as eleições municipais que se concluirão domingo próximo, nas
condições excepcionais em que transcorrem, sob o impacto da pandemia do novo
coronavírus, constituem, à margem dos resultados que comporão as planilhas
comparativas entre os partidos, um imenso aprendizado.
E como o calendário eleitoral brasileiro não nos dá descanso, segunda-feira
próxima já se colocam na ordem do dia os preparativos para o pleito nacional de
2022.
Realmente, ao olhar de um estrangeiro recém-chegado e pouco afeito ao que
ocorre em terras tupiniquins, tudo parece muito estranho...
Veja: Partidos políticos são
necessários https://bit.ly/38YmQTT
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