A pressa que
não convém
Luciano Siqueira
Tudo tem o seu tempo e quase sempre a
gente não se dá conta do exato momento em que as coisas podem ser resolvidas.
Os apressados e ansiosos frequentemente
se precipitam tentando colher a fruta antes que amadureça.
Já os que perdem a noção exata das contradições
em curso e se permitem surpreender pelo amadurecimento da situação e protelam a
decisão a ser tomada ficam a ver navios. Ou buscam tardiamente recuperar as
condições propícias que já não são as mesmas.
Assim é na vida em geral e,
particularmente, na luta política.
No Brasil de agora, por exemplo.
Como em toda sociedade em crise, é
natural que a cada fato de certa dimensão muitos pretendam caracterizar como “nova“
a situação e se apressem a tirar conclusões prematuras.
Nos últimos dias, a suspensão das
condenações que pesavam sobre o ex-presidente Lula, tornando-o elegível e,
portanto, recolocando-o no páreo para a disputa presidencial de 2022, aguçou a
pressa em praticamente todas as áreas.
Não são poucos os que se antecipam até em
examinar a hipótese de um “quase certo“ segundo turno entre Lula e Bolsonaro!
Ora, se fosse tudo tão simples assim o
Brasil não seria um país de dimensões continentais, player na cena geopolítica
mundial, nem abrigaria o volume de contradições e complexidades que a essa
altura de sua história já acumula.
E as forças (inclusive externas) que
apoiam o atual governo não teriam poder de reação.
O fato é que os interesses em jogo nas
eleições presidenciais vindouras extrapolam em muito os limites territoriais brasileiros.
Biden certamente não repete Trump, mas
está atento ao “risco” de mudança na
postura da diplomacia brasileira, caso a oposição vença em 2022.
Lula está no páreo, sim; porém tem
complexas veredas a percorrer.
Sejamos ágeis, porém cautelosos e
consequentes.
Veja: Tem uma casca de banana na “polarização” Lula x Bolsonaro.
Veja
aqui https://bit.ly/3eLGZj1
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