Mulheres que sobrevivem à covid têm mais risco de doenças persistentes
Poder 360
Mulheres
na casa dos 40 e 50 anos parecem correr mais risco de problemas de longo prazo
depois de terem alta da covid-19. Muitas sofrem durante meses de sintomas
persistentes, como fadiga, falta de ar e confusão mental, revelaram dois
estudos britânicos divulgados hoje (24), em Londres.
Uma
pesquisa descobriu que, cinco meses depois de deixarem o hospital, pacientes da
covid-19, que também eram de meia idade, brancas, mulheres e tinham outros
problemas de saúde, como diabetes, doença pulmonar ou cardíaca, tendiam mais a
relatar sintomas de covid-19 longa.
“Nosso
estudo mostra que aqueles que tiveram os sintomas prolongados mais graves
tendem a ser mulheres brancas de idades aproximadas de 40 a 60 anos, que têm ao
menos dois problemas de saúde de longo prazo”, disse
Chris Brightling, professor de medicina respiratória da Universidade de
Leicester que cosiderou o estudo conhecido como Phosp-Covid.
Uma
segunda pesquisa, conduzida pelo Consórcio Internacional de Infecções
Respiratórias Agudas e Emergentes (Isaric), concluiu que mulheres de menos de
50 anos têm mais probabilidade de sofrer problemas de saúde de longo prazo
piores do que homens mais velhos, mesmo que não tenham problemas de saúde
subjacentes.
CONSEQUÊNCIAS PROFUNDAS
“Está se
tornando cada vez mais claro que a covid-19 tem consequências profundas para
aqueles que sobrevivem à doença”, disse Tom Drake, bolsista de
pesquisa clínica da Universidade de Edimburgo, na Escócia, que coliderou o
estudo do Isaric.
“Descobrimos
que mulheres mais jovens têm mais probabilidade de sofrer problemas de longo
prazo piores”, acrescentou
O estudo
do Isaric, que cobriu 327 pacientes, descobriu que mulheres de menos de 50 anos
têm o dobro da probabilidade de relatar fadiga, sete vezes mais probabilidade
de ter falta de ar e também mais chances de ter problemas relacionados à
memória, mobilidade e comunicação.
O estudo
Phosp analisou 1.077 pacientes masculinos e femininos que tiveram alta de
hospitais do Reino Unido entre março e novembro de 2020 depois de terem a
covid-19.
A maioria
dos pacientes relatou diversos sintomas persistentes depois de cinco meses,
sendo os mais comuns dor nos músculos e nas juntas, fadiga, fraqueza, falta de
ar e confusão mental.
Mais de
um quarto deles teve o que os médicos disseram ser “sintomas clinicamente
relevantes de ansiedade e depressão” depois de cinco meses, e 12% tiveram
sintomas de transtorno de estresse pós-traumático.
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