Fé e democracia
Jéssica Barbosa*
Eis que vem chegando mais um ano de eleições…
E enquanto eu descansava o almoço, numa
tarde qualquer, com os pés apoiados no centro da sala da minha avó, me peguei
pensando sobre como alguns líderes religiosos usam as igrejas como palanques
eleitorais. Eu não sou a favor da realização de propagandas políticas em
ambientes religiosos.
Para mim, seria mais interessante se os
pastores e padres abordassem em seus discursos temas relacionados ao que é a
política e para que ela serve.
Meu voto é para que sejam despertadas
visões críticas e reflexivas sobre o papel de cada um na sociedade.
A igreja, enquanto instituição, deve
manter-se isenta, permitindo que seus membros exerçam devidamente sua
cidadania. Porém isso não lhe tira a responsabilidade de orientá-los quanto ao
uso consciente do direito de votar.
Que a gente não confunda isenção com
alienação, nem engajamento com comprometimento. Uma igreja pode engajar-se no
processo de conscientização, desempenhando o papel de agente politizador. Mas
não deve comprometer-se com qualquer que seja a ideologia, partido ou
candidatura.
Cada membro deve ser estimulado a
pensar por si mesmo e fazer suas próprias escolhas. A função da igreja deve ser
pedagógica, não ideológica.
*Jornalista
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