Final poderia ser um filme
dirigido por Tarantino ou Scorsese
Foi a mais empolgante
partida de futebol a que assisti dentro de um estádio
Walter
Casagrande Jr., Folha de S. Paulo
A mais espetacular final de Copa do Mundo de
todos os tempos coroou não só a Argentina mas também a América do Sul.
Por ser apenas um rapaz latino-americano, torci muito pelos
nossos "hermanos", porque a vitória deles seria também o
ressurgimento do nosso continente no cenário mundial.
Os deuses do futebol gostam muito de brincar com a gente, mas,
desta vez, levaram a sério a importância desse confronto.
Uma das duas seleções, argentina ou francesa, seria tricampeã.
De um lado estava aquele que é o grande craque deste século, Messi, mas que ainda não havia ganhado uma Copa
do Mundo.
Do outro, o melhor jovem jogador do mundo, talvez do século.
Também houve dois grandes treinadores que ajudaram muito, e,
desse jeito, era impossível não sair uma obra de arte.
Essa final poderia ser um filme dirigido por Quentin Tarantino ou Martin Scorsese, que
sem dúvida ganharia Oscar de roteiro, ator principal e coadjuvante, fotografia
e trilha sonora. E seria considerado um dos mais belos e emocionantes longas da
história do cinema.
Foi a mais empolgante
partida de futebol a que assisti dentro de um estádio. Messi e
Mbappé exibiram o que há de melhor num jogador.
Muito se falou nessa Copa da torcida argentina, e mais uma vez
ela foi espetacular. É emocionante ver a identificação dessa seleção com seu
povo.
Entristece também perceber que a nossa seleção brasileira está
muito longe de passar por um momento assim novamente.
As duas equipes se
entregaram o jogo todo. Mesmo com o desgaste físico, ninguém poderia demonstrar
fragilidade, porque a partida esteve aberta sempre.
Quem imaginaria que
depois do domínio total argentino, terminando o primeiro tempo vencendo por 2 a
0, tudo se complicaria?
A França jamais
desistiu.
Foram para a
prorrogação, com os times arriscando. E de novo os dois gênios entraram em
ação.
Messi fez o
terceiro gol da Argentina, e o estádio veio abaixo com a certeza de que tudo
tinha acabado.
O problema é que
Mbappé foi lá e empatou novamente, conseguindo um feito: três gols numa final
de Copa.
Nos pênaltis, os
argentinos demonstraram estar mais preparados emocionalmente e foram campeões
do mundo.
Detalhe: os
jogadores que bateram o primeiro pênalti de cada seleção foram os grandes
craques, Mbappé para a França e Messi para a Argentina. Os dois fizeram.
Isso mostra como a
mentalidade dos nossos treinadores está atrasada. A única seleção que deixou o
melhor por último foi o Brasil, sendo que Neymar nem chegou a bater, porque
fomos eliminados antes.
Depois dessa final
ficou explícito como estamos bem defasados em relação ao mundo.
Ou a CBF aproveita
agora para trazer um treinador estrangeiro de peso para mudar a mentalidade do
nosso futebol, ou ficaremos cada vez mais para trás.
Hoje vejo que, além
da França e da Argentina, Croácia, Inglaterra, Holanda e até Marrocos foram
mais organizados que a gente.
Fazer uma limpeza
geral e quebrar essas panelas que desde 2006 vêm atrapalhando o nosso futebol é
imprescindível. Um treinador como Ancelotti, com Paulo Roberto Falcão como
diretor, seria ideal para trazer seriedade, foco e ideias mais modernas.
O Brasil como país
já está mudando. A partir de 1º de janeiro de 2023 teremos oficialmente um novo
presidente eleito democraticamente nas urnas, que é o Lula.
O Brasil do futebol
também precisa mudar urgentemente.
E, para terminar
este texto, gostaria de gritar a primeira frase da música "Para Lennon e
McCartney", de Milton Nascimento: "EU SOU DA AMÉRICA DO SUL".
O instigante mundo atual https://bit.ly/3Ye45TD
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