Inconcebível é a infiltração bolsonarista no novo governo
Enio Lins, www.eniolins.com.br
Flávio Dino, senador eleito pelo Maranhão e indicado pelo presidente
Lula para ser o próximo ministro da Justiça, protagonizou a polêmica mais
importante nessa quadra de escolhas para a composição das equipes ministeriais.
A polêmica em tela foi convidar para chefiar a (problemática) Polícia
Rodoviária Federal um policial rodoviário federal que expôs desabridamente suas
ligações com a quadrilha de Jair B, além de seu entusiasmo para com a gangue
lavajatista. Inexplicável convite.
Dino percebeu a derrapada e colocou o carro nos trilhos, desconvidando o
indivíduo. Agiu certo. Órgãos importantes se tornaram referência da infiltração
criminosa do milicianismo e a atuação da PRF foi a mais escandalosa,
considerando a tentativa de impedir o acesso às urnas de pessoas potencialmente
eleitoras de Lula, no dia da votação no segundo turno – e o País não pode
esquecer o caso do assassinato de um popular, homicídio por meio cruel e
cometido à luz do dia, por agentes da PRF, em Sergipe, e de cuja apuração não
se tem notícia.
Não se pode menosprezar o peso e a influência nefasta do bolsonarismo enquanto
corrente de pensamento e força organizada nacionalmente. O bolsonarismo é uma
expressão do crime organizado, o que obviamente não quer dizer que toda pessoa
simpatizante do meliante seja potencialmente criminosa. Muito menos as milhões
de almas que votaram no calhorda devem ser tidas como milicianas. Mas num
governo que, com imenso esforço, derrotou Jair B e seu milionário circo de
horrores, não cabe ninguém que possa ter tido ligação ou admiração por esse
delinquente.
Para o novo governo federal existem milhares de nomes aptos à convocação
para cargos em todos os níveis. Tantos nomes competentes e isentos que se
multiplicasse por 100 o número de cargos disponíveis, ainda assim ficaria de
fora muita gente boa. Não existe, portanto, nenhum motivo para retirar do lixo
nada nem ninguém que tenha tido relação íntima com o desgoverno bolsonarista.
O bolsonarismo trabalha incessantemente para sabotar o novo governo, e
o pranto do desqualificado (ainda) ocupante do palácio do Planalto não impediu
a organização e o financiamento da maior campanha subversiva que o Brasil já
viu, onda que clama por um golpe militar, impunemente, desde que a derrota do
mito foi confirmada pelas urnas. Isso não pode ser ignorado, sob nenhuma
justificativa.
A
realidade é furta-cor https://bit.ly/3Ye45TD
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