17 março 2025

Dica de leitura

Nos últimos parágrafos do sexto e derradeiro capítulo deste volume 3 de Trapaça – Saga Política no Universo Paralelo Brasileiro, As Cartas De Um Golpe, o jornalista Luís Costa Pinto narra uma dura e premonitória discussão mantida com o então presidente da Fundação Ulysses Guimarães, braço institucional do MDB, Wellington Moreira Franco, em 17 de dezembro de 2015.O político, que viria a ser preso alguns dias em 2019 em razão de denúncias da Lava Jato e em função do processo de lawfare promovido contra diversos agentes públicos, confessava à mesa, durante um prosaico almoço, que estava empenhado em garantir apoio partidário e até estrutura operacional para o Movimento Brasil Livre (mbl), a fim de se iniciasse uma escalada midiática pelas redes sociais destinada a promover o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Apenas poucos dias antes, o deputado Eduardo Cunha, filiado ao MDB e presidente da Câmara dos Deputados, aceitara iniciar a tramitação de um pedido de impedimento da presidente da República, reeleita em 2014.O PMDB (como o partido ainda era chamado, antes da perda do P, sacramentada apenas em 2020) virou golpista, advertiu Costa Pinto, prosseguindo Isso vai dar muito errado. Democracia não tem atalho. Indignado com o que ouvia, porque até chegarem ali já se havia pronunciado um rol de xingamentos de parte a parte, Moreira Franco retrucou Que atalho? O Michel é o vice. O jornalista, autor desta saga que desde o volume 1, lançado em 2019 e destinado exclusivamente a narrar os bastidores da imprensa e do Parlamento nos cinco meses que nos conduziram ao impeachment de Fernando Collor de Mello em 1992, encerrou sua participação naquele convescote levantando se da mesa depois de vaticinar, como nos conta agora neste livro Temer é um atalho. E é um atalho para o abismo. O volume 3 de Trapaça chega às prateleiras reais e virtuais com quase um ano de atraso por causa das contingências impostas pela pandemia do coronavírus Covid 19. As intensas alterações dos cenários da política, da economia e do jornalismo brasileiros experimentadas nesses dois últimos anos, porém, converteram o universo narrativo deste livro em uma experiência necessária àqueles que se interessam pelos bastidores do jogo político, dos negócios (e dos lobbies) empresariais que tangenciam o dia a dia de Brasília. (www.apagina.com.br)

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