Paciente do SUS pode ser atendido por planos de saúde em setembro
Medida visa ampliar atendimento e reduzir tempo de espera
Paula Laboissière/Agência Brasil
A
partir de setembro, pacientes da rede pública poderão ser atendidos de
forma gratuita por planos de saúde. Uma
portaria que viabiliza a troca de dívidas de ressarcimento ao Sistema Único de
Saúde (SUS) pela prestação de serviços na rede privada foi apresentada no
início da semana pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha.![]()
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Segundo a pasta, a medida, que faz parte do programa Agora Tem Especialistas, visa
ampliar o atendimento e reduzir o tempo de espera na atenção especializada. A
expectativa é que, neste primeiro momento, R$ 750 milhões em dívidas adquiridas
por operadoras sejam convertidas em consultas, exames e cirurgias.
Entenda
Na prática, a medida anunciada pelo governo federal transforma dívidas
de ressarcimento de planos de saúde em exames, cirurgias e consultas
especializadas, levando pacientes da rede pública até especialistas e
equipamentos disponíveis na rede privada sem que precisem desembolsar para
serem atendidos.
As
dívidas das operadoras de planos de saúde junto ao SUS, anteriormente, iam para
o Fundo Nacional de Saúde.
Como vai
funcionar
A oferta de assistência a pacientes do SUS pelos planos de saúde vai
atender ao rol de procedimentos do programa Agora Tem Especialistas, que
prioriza seis áreas com maior carência de serviços especializados: oncologia,
oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cardiologia e ginecologia.
De acordo com o ministério, também será considerada a demanda de estados
e municípios. Para participar da iniciativa, os planos de saúde interessados devem
aderir a um edital conjunto do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de
Saúde Suplementar (ANS).
Já para usufruírem do benefício de converter a obrigação do
ressarcimento em prestação de serviços, além da adesão de forma voluntária ao
programa, as operadoras devem comprovar capacidade técnica e operacional e
disponibilizar uma matriz de oferta que atenda às necessidades do SUS.
“Para receberem pelo
programa, os planos de saúde precisam realizar mais de 100 mil
atendimentos/mês. De forma excepcional, será considerado valor mínimo de 50
mil/mês para planos de saúde de menor porte. Isso no caso de atendimentos de
média e baixa complexidade realizados em regiões cuja demanda por esse tipo de
serviço não seja plenamente atendida”, informou a pasta.
Ainda segundo o ministério, os serviços
prestados pelos planos de saúde vão gerar o Certificado de Obrigação de
Ressarcimento (COR), necessário para abater a dívida com o SUS.
Fiscalização
A ANS destacou que a iniciativa vem acompanhada de mecanismos de
fiscalização, controle e monitoramento. Todos os instrumentos, incluindo multas
e penalidades a operadoras, permanecem vigentes caso se façam necessários.
“Não há qualquer espaço para
que operadoras deixem de atender sua carteira de clientes para priorizar o SUS.
Pelo contrário: é do interesse das operadoras que aderirem ao programa ampliar
sua capacidade de atendimento, beneficiando tanto os usuários dos planos quanto
os pacientes do SUS”, avaliou a diretora-presidente da ANS, Carla Soares.
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