Abra as páginas dos jornais de hoje e você verá, mais uma vez, no campo das forças políticas que no Recife fazem parte da grande coalizão que apóia os governos Lula, Eduardo Campos e João Paulo, lances de um imbróglio preocupante.
Não envolve a todos, é verdade. Situa-se particularmente no interior do PT, o principal partido no governo municipal, a legenda a que pertence a maior liderança política da cidade, o prefeito João Paulo. Mas inquieta os aliados.
Há questões internas ao PT sobre as quais jamais opinarei. Essa é uma regra de ouro do PCdoB, não se intrometer em assuntos internos de partidos aliados. Porém o que acontece no âmbito do PT provavelmente tem a ver com algo mais amplo, que é a transição que se opera em nosso campo de forças – transição iniciada em 2000, com as expressivas vitórias obtidas no Recife e em Olinda e impulsionada pela vitória de Eduardo Campos em 2006, na qual antigos e novos atores (lideranças e partidos) são chamados a ocupar novos papéis na cena política.
Transição, do ponto de vista teórico, é uma categoria dialética. Que se expressa na vida ora de maneira morna, quase latente e lenta; ora de forma acirrada, conturbada. Na essência é um processo conflitante, em que o novo (ainda não consolidado) substitui o velho (que resiste).
Por tudo isso, é preciso transitar nesse processo com muita serenidade, equilíbrio e bom senso. Nem que se tenha que recorrer ao chá de camomila (melhor do que lexotan, que pode gerar dependência). E fazer do Carnaval um instante de saudável confraternização.
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