A Folha de Pernambuco de hoje publica matéria assinada por Juliana Albuquerque, da Agência Nordeste, intitulada Vice-prefeito do Recife confirma candidatura, que traduz com fidelidade a entrevista que concedi ontem nos estúdios da Rádio Folha aos repórteres Ricardo Dantas Barreto e Jota Batista. Vale a transcrição:
RECIFE – O vice-prefeito do Recife e pré-candidato à sucessão municipal, Luciano Siqueira (PCdoB), pretende manter firme a posição de lançar-se ao pleito, mesmo que a opinião de grande parte das forças de esquerda - inclusive do prefeito do Recife, João Paulo (PT) - seja a de ter apenas um postulante. Siqueira descartou que o chefe do executivo municipal tenha conversado com ele sobre a existência de um plano B, que seria apoiar a candidatura do vice-prefeito, caso o postulante preferido de João Paulo, o secretário de Planejamento Participativo João da Costa, não seja escolhido pelos integrantes do PT. “Sinceramente não há sinal nesse sentido”, declarou o comunista em entrevista concedida à Rádio Folha FM 96,7.
O postulante colocou-se como “solução, e não problema”, para os partidos governistas, e afirmou que quer ser “um candidato de chegada e não de partida”. “Se eu começar com 5%, sendo um candidato que não tem indicação de Lula, do (governador) Eduardo Campos (PSB), de João Paulo, já estaria muito bom”, frisou. O vice-prefeito ressaltou que apesar da oposição já ter indicado alguns pré-candidatos - como o deputado federal Raul Jungmann (PPS) e o ex-governador de Pernambuco, Mendonça Filho (DEM) – as forças situacionistas ainda têm tempo para lançar um ou mais postulantes. “Não estamos perdendo tempo. Quem tem força precisa ter juízo, e se tiver juízo não precisa ter pressa”, reforçou.
O pré-candidato disse que participa, a quase trinta anos, de discussões sobre a escolha de candidatos que representam as forças de esquerda, e que, em todas, a definição nunca aconteceu antes do Carnaval. Siqueira citou uma frase do ex-presidente Tancredo Neves para exemplificar a paciência que os partidos governistas precisam ter na condução do processo sucessório: “Se quiser construir algo consistente, fique rouco de tanto ouvir”.
Luciano defendeu o nome do também pré-candidato João da Costa (PT), e enfatizou que o fato das forças de esquerda lançarem candidatos do PCdoB e do PT não significará ruptura entre as siglas. “A relação entre os partidos é de convergência política, seremos concorrentes e não adversários. Não temos dúvidas de que caso formos para o 2º turno (representando o campo da esquerda) teremos o apoio do PT e a recíproca é verdadeira”, apostou.
O postulante comunista disse que, ainda hoje, a sua agenda administrativa será refeita, para que ele tenha mais tempo de conversar com os líderes dos partidos aliados. “Tenho cuidado de organizar a agenda para que não atrapalhe minha tarefa administrativa. Até hoje à tarde, ela estará sendo refeita e vou ter condições de conversar muito”, revelou.
Siqueira afirmou que está preparado para disputar as eleições e administrar a cidade do Recife, caso vença o pleito. O vice-prefeito enfatizou a importância dos candidatos à Prefeitura da Capital discutirem e apontarem soluções articuladas para os problemas da Região Metropolitana do Recife (RMR). “A eleição vai trazer à tona os problemas mais emergentes de cidades, como Jaboatão dos Guararapes e Olinda, e é interesse também de quem disputa as eleições no Recife”, ratificou.
O comunista elogiou a sensibilidade do governador Eduardo Campos (PSB) e do ex-governador Mendonça Filho (DEM), em relação aos problemas da RMR, mas fez críticas ao senador e ex-governador do Estado, Jarbas Vasconcelos (PMDB), afirmando que “ele se omitiu de fazer a boa articulação metropolitana”.
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