Paulo Duarte, um construtor da Nação
Luciano Siqueira
Na sexta-feira, 25, o Departamento de Química da
Universidade Federal de Pernambuco homenageou em cerimônia simples, mas rica em
conteúdo e emoção, o centenário do professor, pesquisador e engenheiro químico
Paulo José Duarte (1916-1995).
Na ocasião, ao lado do reitor Anísio Brasileiro, em breve comentário,
assinalei a minha compreensão de que a Universidade Federal de Pernambuco (e
suas congêneres) é feita por uma fração do povo brasileiro, dedicada a essa
tarefa estratégica – na pesquisa, da docência, na extensão. E como tal, contribui
para a construção da Nação.
Na verdade, a edificação de uma nação democrática,
progressista e soberana é obra de milhões. Mas esses milhões têm nome,
personificados por indivíduos que se destacam em determinadas fases de nossa
História e por cumprirem papel singular em determinado instante. É o caso de
Paulo Duarte – um construtor da nacionalidade.
Paulo Duarte encarnou em sua larga e profícua atividade
profissional, a um só tempo o professor, o pesquisador e o técnico envolvido
com a solução prática de desafios da produção industrial. Notabilizou-se pela
descoberta das jazidas de fosfato em Pernambuco. Em 1988, recebeu o título de
Professor Emérito da UFPE.
Precursor e pioneiro, inclusive por se empenhar pessoalmente
na criação do curso de geologia na então Universidade do Recife, hoje UFPE,
praticou o que hoje almejamos como a uma necessidade do desenvolvimento
brasileiro: a fusão, por assim dizer, da pesquisa acadêmica com a produção
industrial e de serviços – condição indispensável para que a produção do conhecimento,
em todas as áreas, se conecte às necessidades reais do povo e da Nação.
São incontáveis os registros de sua dedicação ao ensino e à
pesquisa, exímio formador de quadros que foi. Igualmente reverenciada é a sua
produção como técnico a serviço de empresas consideradas, à época, de ponta.
A Universidade Federal de Pernambuco tem, pois, na figura de
Paulo Duarte um dos seus ícones, ao lado de Ricardo Ferreira, Oswaldo Gonçalves
de Lima e tantos outros fazedores de conhecimento científico e formadores de
novos quadros, que têm criado verdadeiras escolas de pensamento e de
compromisso com a sociedade brasileira.
Para mim, modesto ex-aluno da UFPE – onde fiz o curso
médico, residência médica e a pós-graduação e em cujo solo sagrado pude dar consistência
à minha militância política – participar da homenagem a Paulo Duarte, e
encontrar seus familiares, entre eles a arquiteta e designer Clementina Duarte,
foi sobretudo um prazer. (Publicado no Jornal da Besta Fubana e no site www.pcdobrecife.com.br)
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