28 julho 2014

Centenário de um pioneiro

Paulo Duarte, um construtor da Nação


Luciano Siqueira

Na sexta-feira, 25, o Departamento de Química da Universidade Federal de Pernambuco homenageou em cerimônia simples, mas rica em conteúdo e emoção, o centenário do professor, pesquisador e engenheiro químico Paulo José Duarte (1916-1995).

Na ocasião, ao lado do reitor Anísio Brasileiro, em breve comentário, assinalei a minha compreensão de que a Universidade Federal de Pernambuco (e suas congêneres) é feita por uma fração do povo brasileiro, dedicada a essa tarefa estratégica – na pesquisa, da docência, na extensão. E como tal, contribui para a construção da Nação.

Na verdade, a edificação de uma nação democrática, progressista e soberana é obra de milhões. Mas esses milhões têm nome, personificados por indivíduos que se destacam em determinadas fases de nossa História e por cumprirem papel singular em determinado instante. É o caso de Paulo Duarte – um construtor da nacionalidade.

Paulo Duarte encarnou em sua larga e profícua atividade profissional, a um só tempo o professor, o pesquisador e o técnico envolvido com a solução prática de desafios da produção industrial. Notabilizou-se pela descoberta das jazidas de fosfato em Pernambuco. Em 1988, recebeu o título de Professor Emérito da UFPE.

Precursor e pioneiro, inclusive por se empenhar pessoalmente na criação do curso de geologia na então Universidade do Recife, hoje UFPE, praticou o que hoje almejamos como a uma necessidade do desenvolvimento brasileiro: a fusão, por assim dizer, da pesquisa acadêmica com a produção industrial e de serviços – condição indispensável para que a produção do conhecimento, em todas as áreas, se conecte às necessidades reais do povo e da Nação.

São incontáveis os registros de sua dedicação ao ensino e à pesquisa, exímio formador de quadros que foi. Igualmente reverenciada é a sua produção como técnico a serviço de empresas consideradas, à época, de ponta.

A Universidade Federal de Pernambuco tem, pois, na figura de Paulo Duarte um dos seus ícones, ao lado de Ricardo Ferreira, Oswaldo Gonçalves de Lima e tantos outros fazedores de conhecimento científico e formadores de novos quadros, que têm criado verdadeiras escolas de pensamento e de compromisso com a sociedade brasileira.

Para mim, modesto ex-aluno da UFPE – onde fiz o curso médico, residência médica e a pós-graduação e em cujo solo sagrado pude dar consistência à minha militância política – participar da homenagem a Paulo Duarte, e encontrar seus familiares, entre eles a arquiteta e designer Clementina Duarte, foi sobretudo um prazer. (Publicado no Jornal da Besta Fubana e no site www.pcdobrecife.com.br) 

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