Eduardo Bomfim, no Vermelho
Em meio ao ódio ideológico, intimidação, que
envolvem as eleições presidenciais sempre é bom o esforço para refletir sobre o
que está em jogo em 5 de outubro.
As eleições no Brasil possuem significado estratégico. Trata-se dos rumos da sétima economia mundial, nação com dimensões continentais, imensas riquezas naturais renováveis ou perecíveis como o petróleo, ainda a principal fonte de energia, combustível existente.
Cuja população passa de 200 milhões de habitantes, incorpora pelas dimensões geográficas, capacidade industrial, cultural, diplomática, geopolítica, liderança regional, crescente protagonismo mundial através do Brics.
Quando na década de 80 a desregulação financeira tornou-se hegemônica nos Estados Unidos, na economia global, consolidou-se o domínio do rentismo, gigantesca centralização do capital financeiro, das contrarreformas neoliberais.
Provocando nova crise sistêmica na economia capitalista, o reinado da especulação em detrimento dos investimentos em áreas produtivas.
A grande mídia associada a essa financeirização fez-se absoluta tendo como resultante a consolidação do chamado pensamento único da governança global, ensejando grave crise civilizacional.
Mas o surgimento dos BRICS passou a demandar outra ordem mundial, a multipolaridade econômica, o retorno aos investimentos produtivos, em infraestrutura, na distribuição da riqueza social concentrada pelo capital especulativo, que tem na política externa dos EUA sua guarda pretoriana.
A candidatura de Aécio Neves, PSDB, representa oxigênio às políticas neoliberais, o Estado nanico, arrocho fiscal, iniciadas nos governos FHC.
Já Marina, apoiada por um dos maiores bancos do País, com uma falsa “nova política”, e sua “democracia direta” (traduz-se como aversão pelas organizações sociais, sindicais) define-se como o “novo” mas, na verdade, representa de fato a agenda do “Mercado”.
Esse “Mercado” financeiro e a grande mídia desejam há tempos anular a consciência social, a insubstituível luta política, o único caminho ao exercício da soberania popular.
Assim como conquistar o poder central, impor as estratégias neoliberais, o Estado mínimo, privatizar o Banco Central.
Daí, a brutal ofensiva contra a reeleição de Dilma Rousseff. Pelas óbvias razões antagônicas é decisiva a sua vitória.
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