Haddad enfrenta a Globo
Do Brasil 247
O candidato do PT à
presidência da República, Fernando Haddad, rebateu, um a um, os sucessivos
ataques que recebeu na bancada do Jornal Nacional na noite desta sexta-feira
14, pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos. Sem falar de
propostas, por não ter sido questionado sequer uma vez a respeito delas,
respondeu às acusações que recebia e lembrou, dentro da Globo, que a
própria emissora é investigada por fraude fiscal. Haddad citou o nome do
ex-presidente Lula logo no início de sua fala: "Boa noite, presidente
Lula. Milhões de brasileiros gostariam de vê-lo nesta cadeira aqui no Jornal
Nacional".
Em meio às agressões, Bonner citou nomes do PT que são
investigados ou réus na Justiça pela Operação Lava Jato, entre eles o de Dilma
Rousseff. Haddad rebateu: "Eu desconheço um processo em que a Dilma seja
investigada. Se formos discutir investigação, a Rede Globo é investigada".
O ex-prefeito de São Paulo também disse que "a Rede Globo condena por
antecipação". "Vocês não tratariam os problemas da Rede Globo como
tratam os problemas da administração pública, mesmo se tratando de uma
concessão", declarou.
Fernando Haddad também denunciou a "indústria" das
delações premiadas, em que "todo mundo quer reduzir sua pena e gozar de
sua liberdade", ao ser indagado sobre os citados do partido em
investigações. Lembrado que é alvo de uma denúncia recente do Ministério
Público Federal, Haddad trouxe a informação de que os promotores que lhe
denunciaram estão sendo investigados pelo Conselho Nacional do Ministério
Público por supostas irregularidades ao mover ações faltando 30 dias para a
eleição, sendo que poderiam ter tomado decisões há três anos.
Bonner culpou o PT pela "crise em que o país
mergulhou" e ouviu de Haddad que as "pautas-bomba" contra o
governo Dilma, praticadas pelos partidos que deram o golpe parlamentar em 2016,
tiveram mais influência na crise do que os próprios erros do partido. O
candidato destacou que o tucano Tasso Jereissati admitiu recentemente o erro de
seu partido, o PSDB. "Espero que o PSDB não vá sabotar o governo eleito
como fez em 2014. O presidente do PSDB assumiu essa culpa ontem. Admitiu um
crime contra a democracia, admitiu aprovar uma pauta contra o país",
afirmou.
Ao longo de 30 minutos de entrevista, os jornalistas não
perguntaram sobre nenhuma proposta do candidato. Em sua mensagem final, Haddad
lembrou aos eleitores dos "12 anos de normalidade democrática em que
vivíamos", com programas como Luz Para Todos, Universidade Para Todos,
ProUni, escolas técnicas e universidades no interior, transposição do São Francisco,
Transnordestina e empregos. "A partir do momento em que a oposição
contestou o resultado das urnas em 2014, mergulhamos nessa crise da qual
podemos sair em outubro".
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