A escuridão que
nos ameaça
Luciano Siqueira
Não bastassem as inúmeras manifestações de primarismo político e descompromisso com a democracia, o candidato capitão Bolsonaro, que segue à frente nas pesquisas, pronunciou uma fala absurdamente provocadora, domingo último, em mensagem gravada para manifestantes a seu favor reunidos em São Paulo.
Um discurso rasteiro, que sequer os generais que governaram o País, ditatorialmente, por vinte e um anos ousaram fazer.
Ameaças nominais a líderes políticos oponentes, criminalização de movimentos sociais e desafio aberto às normas constitucionais provocaram em amplos segmentos sociais e políticos, inclusive em setores conservadores, reação imediata mediante múltiplas formas de pronunciamento e protesto.
Terrível é saber os que a maioria eleitoral conquistada pelo capitão ultra direitista em grande parte — sabe-se agora — foi obtida artificialmente, através da manipulação das redes sociais e do aplicativo WhatsApp.
Podem uma nação da importância geopolítica que tem o Brasil e um povo cuja consciência democrática vem sendo construída a muito custo, admitir um governante dessa estirpe?
Tempos difíceis!
A escuridão nos ameaça. Mas à esperança sobrevive.
Nos últimos dez dias, acumulam-se revelações graves a respeito da campanha do capitão, inclusive o tsunami de mensagens direcionadas por empresas especializadas em fraudes cibernéticas, financiadas por grandes empresários à margem da legislação atual sobre doações financeiras.
Ao mesmo tempo, a campanha do candidato Fernando Haddad vem agregando novas forças, formais ou não, e alcançado uma comunicação mais consistente junto ao eleitorado.
A própria relevância das redes sociais, em paralelo aos mecanismos tradicionais de campanha, confere à batalha atual uma alteração da variável tempo bem distinta. Um dia vale por uma semana.
Quem sabe possa um percentual elevado de eleitores mudar seu voto nessa reta final.
Lembremo-nos do pleito passado, em que o candidato tucano Aécio Neves parecia vencedor, de acordo com as últimas pesquisas, a ponto de convidar líderes políticos de todo o país para acompanhar, em Belo Horizonte, a apuração dos votos e, em seguida, participarem de uma grande festa comemorativa da suposta vitória.
Exatamente no sábado e no próprio domingo das eleições, Dilma Housseff o ultrapassou e venceu.
Então, ainda que o capitão venha afirmando sentir-se "com a mão na faixa", o domingo 28 poderá se converter numa festa democrática.
Como diz o poeta, "faz escuro, mas eu canto".
O canto de liberdade ecoa de várias partes do país, nas capitais e grandes cidades e pelo interior afora.
A maioria dos brasileiros, mesmo que sob o impacto da crise e da incerteza, enfim poderá se reencontrar com a sua tradição libertária.
Veremos.
Luciano Siqueira
Não bastassem as inúmeras manifestações de primarismo político e descompromisso com a democracia, o candidato capitão Bolsonaro, que segue à frente nas pesquisas, pronunciou uma fala absurdamente provocadora, domingo último, em mensagem gravada para manifestantes a seu favor reunidos em São Paulo.
Um discurso rasteiro, que sequer os generais que governaram o País, ditatorialmente, por vinte e um anos ousaram fazer.
Ameaças nominais a líderes políticos oponentes, criminalização de movimentos sociais e desafio aberto às normas constitucionais provocaram em amplos segmentos sociais e políticos, inclusive em setores conservadores, reação imediata mediante múltiplas formas de pronunciamento e protesto.
Terrível é saber os que a maioria eleitoral conquistada pelo capitão ultra direitista em grande parte — sabe-se agora — foi obtida artificialmente, através da manipulação das redes sociais e do aplicativo WhatsApp.
Podem uma nação da importância geopolítica que tem o Brasil e um povo cuja consciência democrática vem sendo construída a muito custo, admitir um governante dessa estirpe?
Tempos difíceis!
A escuridão nos ameaça. Mas à esperança sobrevive.
Nos últimos dez dias, acumulam-se revelações graves a respeito da campanha do capitão, inclusive o tsunami de mensagens direcionadas por empresas especializadas em fraudes cibernéticas, financiadas por grandes empresários à margem da legislação atual sobre doações financeiras.
Ao mesmo tempo, a campanha do candidato Fernando Haddad vem agregando novas forças, formais ou não, e alcançado uma comunicação mais consistente junto ao eleitorado.
A própria relevância das redes sociais, em paralelo aos mecanismos tradicionais de campanha, confere à batalha atual uma alteração da variável tempo bem distinta. Um dia vale por uma semana.
Quem sabe possa um percentual elevado de eleitores mudar seu voto nessa reta final.
Lembremo-nos do pleito passado, em que o candidato tucano Aécio Neves parecia vencedor, de acordo com as últimas pesquisas, a ponto de convidar líderes políticos de todo o país para acompanhar, em Belo Horizonte, a apuração dos votos e, em seguida, participarem de uma grande festa comemorativa da suposta vitória.
Exatamente no sábado e no próprio domingo das eleições, Dilma Housseff o ultrapassou e venceu.
Então, ainda que o capitão venha afirmando sentir-se "com a mão na faixa", o domingo 28 poderá se converter numa festa democrática.
Como diz o poeta, "faz escuro, mas eu canto".
O canto de liberdade ecoa de várias partes do país, nas capitais e grandes cidades e pelo interior afora.
A maioria dos brasileiros, mesmo que sob o impacto da crise e da incerteza, enfim poderá se reencontrar com a sua tradição libertária.
Veremos.
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