Haddad no
debate da Globo: 'Nossos governos colocaram o pobre no orçamento'
Menos engessado que os debates realizados
anteriormente, o último embate entre os presidenciáveis antes do primeiro
turno, realizado pela TV Globo nesta quinta-feira (4), foi marcado pela busca
dos candidatos em convencer os eleitores que irão às urnas no próximo domingo,
dia 7.
Por Dayane Santos, portal Vermelho
Por Dayane Santos, portal Vermelho
Dividido em quatro blocos, os candidatos Álvaro Dias
(Podemos), Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB),
Guilherme Boulos (Psol), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede) fizeram
perguntas entre si, mas seguindo a estratégia adotada ao longo da campanha,
Fernando Haddad (PT) foi o alvo preferidos dos candidatos da direita como
Geraldo Alckmin e Álvaro Dias.
Diferentemente de outros debates, Ciro, Marina, Meireles e Alckmin buscaram fazer perguntas tendo Jair Bolsonaro (PSL), que não compareceu ao debate, como alvo.
"O que me assusta é que equipe de três pessoas brigando na véspera da eleição. Imagina se vai dar certo no Brasil?", indagou Ciro, se referindo a crise na equipe de campanha de Bolsonaro com o seu economista Paulo Guedes, que anunciou a volta da CPMF e o aumento do imposto de renda para os mais pobres, e o seu vice, general Hamilton Mourão, que defendeu o fim do 13º salário.
Ainda no primeiro bloco, o tucano Geraldo Alckmin questionou Haddad sobre gasto público, acusando os governos Lula e Dilma de terem endividado o país. Demonstrando segurança, Haddad desmontou o discurso de Alckmin, lembrando que foi o governo Lula que pagou a dívida do FMI.
“Os nossos governos foram responsáveis pela maior economia já feita nas finanças públicas do país. Enquanto quem governava era FHC, do partidário Geraldo Alckmin, a carga tributária aumentou de 26% para 32% e a dívida pública dobrou no mesmo período. Detalhe: a carga tributária aumentou 6% do PIB no lombo do trabalhador”, rebateu.
Haddad destacou ainda que nos governos Lula e Dilma, a dívida pública caiu pela metade, pagou o FMI, reduziu a carga tributária pela metade e acumulou US$ 400 bilhões em reservas cambiais.
“O que o candidato Geraldo Alckmin não reconhece é que depois que o seu partido foi derrotado em 2014, e felizmente um correligionário dele admitiu em entrevista recente, o PSDB se associou ao Michel Temer para sabotar o governo, aprovando as chamadas pautas bombas, gastos desnecessários, aumento para a cúpula do funcionalismo público, aumentando acima do teto para aqueles que já ganhavam bem. Isso levou o país à crise”, repeliu.
Democracia - Haddad e Guilherme Boulos mantiveram um diálogo sobre temas como direitos trabalhistas e democracia.
"Faz 30 anos que esse país saiu de uma ditadura. Muita gente morreu e foi torturada. Tem mãe que não conseguiu enterrar seu filho até hoje. Meu sogro me contou as torturas que sofreu. Se você vai poder votar é porque teve quem deu a vida por isso", disse Boulos, ao ser questionado por Haddad sobre os riscos de eleger um candidato conservador e totalitário.
Haddad, por sua vez, endossou o discurso de Boulos e reforçou que a democracia corre sérios riscos. "Se foi possível gerar 20 milhões de empregos, se foi possível fazer o filho do pedreiro virar doutor é porque temos no Brasil a democracia. A liberdade é o que faz o povo ter direitos", disse.
Na réplica, Boulos lembrou que o debate só acontece atualmente na TV porque muita gente deu a vida combatendo a ditadura. "Quando nasci o Brasil estava na ditadura. Não quero que minhas filhas cresçam na ditadura. Temos que dar um grito, botar a bola no chão e dizer: ditadura nunca!", afirmou.
Boulos: "Taxar Meireles" - Boulos também arrancou risos da plateia ao ironizar o slogan da campanha de Meireles: “Não vou chamar o Meirelles e sim taxar o Meirelles", em referência a sua proposta de taxar os mais ricos.
O candidato do Psol questionou Meireles a respeito de Michel Temer e as denúncias de corrupção, citando as duas denúncias arquivadas pelo Congresso. Meirelles, que foi ministro da Fazenda de Temer, desconversou tentando descolar a sua imagem do ilegítimo, afirmando que a sua participação no governo foi apenas um trabalho e tentou mudar o foco insinuando que Boulos não estava “habituado” a trabalhar.
Na tréplica, Boulos disse que banqueiro que não estava acostumado a trabalhar.
Álvaro Dias espumando - Outro momento alto do debate foram os embates entre Haddad e Álvaro Dias. Desesperado em ataque Haddad, Álvaro Dias sequer conseguiu fazer pergunta a Meireles na abertura do debate. Por diversas vezes foi advertido pelo apresentador William Bonner para não sair da marca estabelecida, pois estava na frente das câmeras, evidenciando o seu descontrole.
Quando ficou frente a frente com Haddad tendo como tema da pergunta o gasto público, ele espumava, mas não conseguia formular o seu discurso e tentou colar a questão com a Operação Lava Jato, tentando desqualificar Haddad e o PT.
“Acho que você deveria ter mais compostura nesse debate. O senhor não respeita tempo, não respeita seus adversários, não respeita as regras e faz brincadeira com coisa séria”, afirmou Haddad. Na réplica, Dias demonstrou que sentiu o baque. Gaguejou e o máximo que conseguiu foi dizer: “Estou falando sério”, voltando a falar sobre a Petrobras.
Haddad respondeu o ataque lembrando que, no que se refere aos gastos públicos, “os nossos governos, pela primeira vez, colocaram o pobre no orçamento”.
Em outro momento em que Dias e Haddad ficaram frente a frente, o tema era corrupção. Haddad lembrou das medidas que fortaleceram o Ministério Público e a Policia Federal, que não foram feitos em outros governos. Ele reafirmou o seu compromisso com o combate à corrupção, mas denunciou os abusos cometidos por alguns setores do Judiciário.
Haddad reafirmou o seu compromisso em retomar o pré-sal que foi entregue aos cartéis internacionais depois do golpe de 2016. "Multiplicamos por dez o investimento na Petrobras. Sem isso, nós não teríamos achado o petróleo, que é o passaporte para o futuro se vocês pararem de vender para os americanos o que é do povo", salientou.
E acrescentou: "Vou retomar o petróleo da Petrobras para investir em saúde e educação. Vocês entregaram para os americanos o que é dos brasileiros. Isso eu não vou permitir, isso vai ser revisto no dia 1º de janeiro de 2019".
Previdência - Na sua vez de questionar, Haddad indagou Ciro sobre a reforma da Previdência. Ele afirmou que a reforma proposta por Temer “é nefasta” para o país, pois não trabalha com as diferentes realidades do povo brasileiro, como por exemplo a realidade do trabalhador rural, que é diferente dos centros urbanos.
“Não dá pra ter a mesma regra da previdência pra todo mundo. A expectativa de vida do brasileiro varia conforme região e renda. Essa reforma seria injusta, sobre quem mais precisa do estado”, disse, enfatizando que “o pobre não pode pagar pelo ajuste fiscal”.
Nas alegações finais, Haddad afirmou: “Sou neto de um líder religioso e filho de um agricultor familiar. Aprendi com meu pai que um homem e uma mulher têm que acordar e saber pra onde ir, com trabalho e educação. Aprendi com Lula que é possível oferecer essa oportunidade para todos, sobretudo para quem mais precisa”.
Diferentemente de outros debates, Ciro, Marina, Meireles e Alckmin buscaram fazer perguntas tendo Jair Bolsonaro (PSL), que não compareceu ao debate, como alvo.
"O que me assusta é que equipe de três pessoas brigando na véspera da eleição. Imagina se vai dar certo no Brasil?", indagou Ciro, se referindo a crise na equipe de campanha de Bolsonaro com o seu economista Paulo Guedes, que anunciou a volta da CPMF e o aumento do imposto de renda para os mais pobres, e o seu vice, general Hamilton Mourão, que defendeu o fim do 13º salário.
Ainda no primeiro bloco, o tucano Geraldo Alckmin questionou Haddad sobre gasto público, acusando os governos Lula e Dilma de terem endividado o país. Demonstrando segurança, Haddad desmontou o discurso de Alckmin, lembrando que foi o governo Lula que pagou a dívida do FMI.
“Os nossos governos foram responsáveis pela maior economia já feita nas finanças públicas do país. Enquanto quem governava era FHC, do partidário Geraldo Alckmin, a carga tributária aumentou de 26% para 32% e a dívida pública dobrou no mesmo período. Detalhe: a carga tributária aumentou 6% do PIB no lombo do trabalhador”, rebateu.
Haddad destacou ainda que nos governos Lula e Dilma, a dívida pública caiu pela metade, pagou o FMI, reduziu a carga tributária pela metade e acumulou US$ 400 bilhões em reservas cambiais.
“O que o candidato Geraldo Alckmin não reconhece é que depois que o seu partido foi derrotado em 2014, e felizmente um correligionário dele admitiu em entrevista recente, o PSDB se associou ao Michel Temer para sabotar o governo, aprovando as chamadas pautas bombas, gastos desnecessários, aumento para a cúpula do funcionalismo público, aumentando acima do teto para aqueles que já ganhavam bem. Isso levou o país à crise”, repeliu.
Democracia - Haddad e Guilherme Boulos mantiveram um diálogo sobre temas como direitos trabalhistas e democracia.
"Faz 30 anos que esse país saiu de uma ditadura. Muita gente morreu e foi torturada. Tem mãe que não conseguiu enterrar seu filho até hoje. Meu sogro me contou as torturas que sofreu. Se você vai poder votar é porque teve quem deu a vida por isso", disse Boulos, ao ser questionado por Haddad sobre os riscos de eleger um candidato conservador e totalitário.
Haddad, por sua vez, endossou o discurso de Boulos e reforçou que a democracia corre sérios riscos. "Se foi possível gerar 20 milhões de empregos, se foi possível fazer o filho do pedreiro virar doutor é porque temos no Brasil a democracia. A liberdade é o que faz o povo ter direitos", disse.
Na réplica, Boulos lembrou que o debate só acontece atualmente na TV porque muita gente deu a vida combatendo a ditadura. "Quando nasci o Brasil estava na ditadura. Não quero que minhas filhas cresçam na ditadura. Temos que dar um grito, botar a bola no chão e dizer: ditadura nunca!", afirmou.
Boulos: "Taxar Meireles" - Boulos também arrancou risos da plateia ao ironizar o slogan da campanha de Meireles: “Não vou chamar o Meirelles e sim taxar o Meirelles", em referência a sua proposta de taxar os mais ricos.
O candidato do Psol questionou Meireles a respeito de Michel Temer e as denúncias de corrupção, citando as duas denúncias arquivadas pelo Congresso. Meirelles, que foi ministro da Fazenda de Temer, desconversou tentando descolar a sua imagem do ilegítimo, afirmando que a sua participação no governo foi apenas um trabalho e tentou mudar o foco insinuando que Boulos não estava “habituado” a trabalhar.
Na tréplica, Boulos disse que banqueiro que não estava acostumado a trabalhar.
Álvaro Dias espumando - Outro momento alto do debate foram os embates entre Haddad e Álvaro Dias. Desesperado em ataque Haddad, Álvaro Dias sequer conseguiu fazer pergunta a Meireles na abertura do debate. Por diversas vezes foi advertido pelo apresentador William Bonner para não sair da marca estabelecida, pois estava na frente das câmeras, evidenciando o seu descontrole.
Quando ficou frente a frente com Haddad tendo como tema da pergunta o gasto público, ele espumava, mas não conseguia formular o seu discurso e tentou colar a questão com a Operação Lava Jato, tentando desqualificar Haddad e o PT.
“Acho que você deveria ter mais compostura nesse debate. O senhor não respeita tempo, não respeita seus adversários, não respeita as regras e faz brincadeira com coisa séria”, afirmou Haddad. Na réplica, Dias demonstrou que sentiu o baque. Gaguejou e o máximo que conseguiu foi dizer: “Estou falando sério”, voltando a falar sobre a Petrobras.
Haddad respondeu o ataque lembrando que, no que se refere aos gastos públicos, “os nossos governos, pela primeira vez, colocaram o pobre no orçamento”.
Em outro momento em que Dias e Haddad ficaram frente a frente, o tema era corrupção. Haddad lembrou das medidas que fortaleceram o Ministério Público e a Policia Federal, que não foram feitos em outros governos. Ele reafirmou o seu compromisso com o combate à corrupção, mas denunciou os abusos cometidos por alguns setores do Judiciário.
Haddad reafirmou o seu compromisso em retomar o pré-sal que foi entregue aos cartéis internacionais depois do golpe de 2016. "Multiplicamos por dez o investimento na Petrobras. Sem isso, nós não teríamos achado o petróleo, que é o passaporte para o futuro se vocês pararem de vender para os americanos o que é do povo", salientou.
E acrescentou: "Vou retomar o petróleo da Petrobras para investir em saúde e educação. Vocês entregaram para os americanos o que é dos brasileiros. Isso eu não vou permitir, isso vai ser revisto no dia 1º de janeiro de 2019".
Previdência - Na sua vez de questionar, Haddad indagou Ciro sobre a reforma da Previdência. Ele afirmou que a reforma proposta por Temer “é nefasta” para o país, pois não trabalha com as diferentes realidades do povo brasileiro, como por exemplo a realidade do trabalhador rural, que é diferente dos centros urbanos.
“Não dá pra ter a mesma regra da previdência pra todo mundo. A expectativa de vida do brasileiro varia conforme região e renda. Essa reforma seria injusta, sobre quem mais precisa do estado”, disse, enfatizando que “o pobre não pode pagar pelo ajuste fiscal”.
Nas alegações finais, Haddad afirmou: “Sou neto de um líder religioso e filho de um agricultor familiar. Aprendi com meu pai que um homem e uma mulher têm que acordar e saber pra onde ir, com trabalho e educação. Aprendi com Lula que é possível oferecer essa oportunidade para todos, sobretudo para quem mais precisa”.
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