Moro num país tropical
Janio
de Freitas, na Folha de S. Paulo
A torrente de
acusações judiciais que, de repente, voltou a cair sobre Lula, Dilma Rousseff e
até Fernando Haddad —em contraste com o presente antecipado de libertação do delator Antonio Palocci— até
agora não teve êxito algum em sua função extrajudicial. Não fez parecer que a
continuidade de acusações nega a finalidade, nas anteriores à eleição, de
impedir a candidatura de Lula e sua previsível vitória.
O próprio
beneficiário do efeito extrajudicial, Sergio Moro, facilitou o fracasso. Ao
renegar a afirmação de que jamais se tornaria político, e incorporar-se ao
governo que ajudou a eleger, mais do que desmoralizou o seu passado de
juiz — como disse que aconteceria, se
passasse à política. Tornou mais desprezível a imagem do futuro governo e do
país exposta a cada dia pela imprensa mundial.
Voltamos a ser
um país com algumas originalidades musicais, carnavalescas, geográficas, mas um
país atrasado de um povo atrasado. E não há o que responder. Onde, no mundo não
atrasado, um juiz faria dezenas de conduções coercitivas ilegais, prisões como
coação ilegal a depoentes, gravações ilegais de acusados, parentes e advogados,
divulgação ilegal dessas gravações, excesso ilegal de duração de prisões, e sua
impunidade permanecesse acobertada por conivência ou medo das instâncias
judiciais superiores? Condutas próprias de ditadura, mas em regime de
Constituição democrática.
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