Amor, ódio e o novo capitão
da seleção brasileira
Existem muitas lendas, mitos e
exageros sobre os capitães no futebol brasileiro
Tostão,
na Folha de S. Paulo
A seleção,
com Tite desde as eliminatórias para a Copa de 2018, tem jogado com um trio no
meio-campo, formado por um volante e um meio-campista de cada lado, que marcam
e atacam. Nas eliminatórias, eram Casemiro, Paulinho e Renato Augusto. No
Mundial, entrou Coutinho no lugar de Renato Augusto. Na Copa América, deve ser
Arthur ou Allan, Casemiro e Coutinho. Podem chamar de 4-3-3 ou de 4-1-4-1. Não
faz diferença.
Coutinho costuma, naturalmente, alternar o desenho tático
durante o jogo. Ele avança pelo centro, como um meia ofensivo, e deixa o
meio-campo com os dois volantes, Casemiro e Arthur. O time passa a jogar no
4-2-3-1. Neymar pode
também atuar pelo meio, revezando com Coutinho, um pela esquerda e outro pelo
centro.
Os números servem apenas de referências, para jogadores e
técnicos, para a TV exibir o desenho tático antes do jogo e para os
comentaristas mostrarem que conhecem bem o assunto. Quando a bola rola, os
jogadores não param de correr e, a cada instante, formam um sistema diferente.
Alguns analistas, durante as partidas, tentam correr atrás dos jogadores, para
descobrir a formação tática do momento.
Se a seleção não for bem e se Neymar não der show, ele e Tite serão duramente criticados. A pressão é grande. Existe, nos programas esportivos diários, um excesso de informações e de opiniões sobre Neymar, da escolha do capitão e de suas atuações até longas discussões sobre suas baranguices fora de campo. Há coisas mais importantes. A seleção não é só Neymar. Existe uma relação de amor e ódio a ele, no momento mais de ódio.
Se a seleção não for bem e se Neymar não der show, ele e Tite serão duramente criticados. A pressão é grande. Existe, nos programas esportivos diários, um excesso de informações e de opiniões sobre Neymar, da escolha do capitão e de suas atuações até longas discussões sobre suas baranguices fora de campo. Há coisas mais importantes. A seleção não é só Neymar. Existe uma relação de amor e ódio a ele, no momento mais de ódio.
Existem muitas lendas, mitos e exageros sobre os capitães na
história do futebol brasileiro. Os grandes times sempre tiveram vários em
campo. Na Copa de 1970, Gérson foi o principal. Daniel Alves, escolhido
por Tite, sempre foi um dos capitães em campo. Agora, é o oficial,
merecidamente. Em campo, Daniel Alves talvez seja o jogador mais lúcido e
sóbrio, embora seja excêntrico fora dele.
Enquanto a seleção
brasileira treina, continuam outras competições. O Brasileiro
está no início, e já começaram a avacalhar a competição. Alguns
clubes vendem o mando de campo, os técnicos, por causa de jogos no meio e no
fim de semana, em vez de poupar dois ou três jogadores, escalam quase ou todos
os reservas, e, ainda, os dirigentes cedem, sem protestar, jogadores
importantes às seleções de base, além dos que jogarão a Copa América.
O Athletico,
mesmo fora, contra o River Plate, pode ser campeão da Recopa Sul-Americana, o
que será importante para reforçar sua posição entre os grandes do futebol
brasileiro. A equipe paranaense tem a vantagem de um gol.
Pela Copa do Brasil, o Bahia, por jogar em casa, ter a vantagem
de um gol e ser bastante organizado, tem ótimas chances de eliminar o São
Paulo, uma equipe ainda indefinida. Alexandre Pato continua
disperso, perdido, sem saber seu lugar.
O Cruzeiro vai
muito mal, dentro e fora de campo. São gravíssimas e contundentes as
acusações mostradas pela Rede Globo, do ponto de vista contábil, esportivo e
criminal. Há muito tempo isso já era conversa de botequim. A Polícia Civil está
investigando. Vamos aguardar.
O Cruzeiro, seja com os dois meias, Thiago Neves e Rodriguinho,
desde o início, seja com a entrada de mais um volante, no segundo tempo, no
lugar de Rodriguinho, não melhora. Não parece ser apenas uma má fase.
[Ilustração: Giersing]
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