Foto: Pedro Caldas
Juventude nas ruas
Luciano Siqueira
Importa
pouco medir o tamanho das manifestações de hoje, promovidas pela UNE e pela
UBES e entidades de docentes, em comparação com as do último dia 15. Importa anotar
o fato novo na cena política: a juventude toma as ruas.
Num ambiente
de corrosão das expectativas (antes majoritariamente positivas) em relação ao
governo Bolsonaro, que agora completa cinco meses, este é um fato novo
relevante.
Pode contribuir
para alterar, gradativamente, a correlação de forças – que emergiu das urnas de
outubro adversa ao campo democrático e popular.
O movimento
estudantil acumula tradição de luta democrática. Sobretudo do período de
superação do Estado Novo, na década de quarenta do século passado, aos dias
atuais, passando pela resistência ao regime militar instaurado em 1964.
No curso
da História os fenômenos não se repetem com exata feição anterior. Guardam sempre
elementos novos.
Os movimentos
juvenis de agora ainda estão por revelar seus traços contemporâneos,
sintonizados com as condições atuais da luta.
Porém,
tudo indica, vieram para permanecer. E poderão assumir uma tendência crescente,
ainda que permeado por “dias de luta” mais, ou menos, concorridos.
A bandeira
de luta erguida pelos estudantes, a defesa da Educação pública, exibe a um só
tempo o status de espontaneamente prioritária aos olhos da maioria do povo e a
condição de minar um dos itens da agenda ultraliberal bolsonarista.
O que
contem em si mesmo um poder de fogo formidável.
É acompanhar
e conferir.
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