Pedro Caldas*
Começava assim a mensagem que recebi no whatsapp um dia depois da maior crise política do Governo Bolsonaro. Sabe como ela terminava? Com “esse tipo de gente governando o país, tinha como dar certo?”
Lá em 2016 o “Profissão Repórter” fez uma matéria sobre o acirramento político que só aumentou no país, de um lado os “coxinhas”, do outro os “petralhas”. Na matéria eles mostram o bizarro acampamento pelo impeachment que aconteceu na FIESP, aquela do pato, e na frente do acampamento uma mulher de cabelos vermelhos com uma prancheta controlava o acesso aos banheiros.
Quatro anos depois, essa mulher é deputada federal, uma das líderes do bolsonarismo e figura de grande prestígio entre a família Bolsonaro. Um crescimento e tanto, hein. Estamos falando de Carla Zambelli, recentemente exposta em conversas pouco republicanas com o ex-ministro Sérgio Moro. Tirada de contexto e com a adição de uma legenda tosca, a fakenews sobre a deputada foi espalhada por ex-bolsonaristas e gente de esquerda. Mas se ela realmente lavasse o banheiro em questão, teria algum problema?
Não gosto da deputada, do seu fascismo e da sua base de apoio bizarra e pautada em fakenews. Mas também não gosto de preconceito e odeio a ideia de que só podem participar da política grandes intelectuais que provam o tempo todo a sua genialidade. Basta a gente lembrar que o melhor presidente da história do país “só” tinha nível técnico e herdou uma nação arrasada pelo doutor em ciências sociais.
Mais de um dia depois de receber a mensagem ainda penso sobre as múltiplas coisas que já fiz por ser militante (comecei nisso em 2016, o ano em que Carla cuidava do banheiro) e com certeza lavar banheiro não foi a pior. Na política em que acredito vir da base é uma virtude, crescer aos poucos, aprendendo com os erros é o melhor caminho a se percorrer para transformar a vida das pessoas. Sem elitismo, sem exclusão.
Com o que disse espero uma reflexão sobre a política que queremos, mas para Carla Zambelli fica uma pergunta: não era melhor terminar cuidando do banheiro?
*Pedro Caldas é Secretário de Comunicação da UJS Recife, estudante de Rádio, TV e Internet na UFPE e integrante do Coletivo Nacional de Comunicação da UJS
Começava assim a mensagem que recebi no whatsapp um dia depois da maior crise política do Governo Bolsonaro. Sabe como ela terminava? Com “esse tipo de gente governando o país, tinha como dar certo?”
Lá em 2016 o “Profissão Repórter” fez uma matéria sobre o acirramento político que só aumentou no país, de um lado os “coxinhas”, do outro os “petralhas”. Na matéria eles mostram o bizarro acampamento pelo impeachment que aconteceu na FIESP, aquela do pato, e na frente do acampamento uma mulher de cabelos vermelhos com uma prancheta controlava o acesso aos banheiros.
Quatro anos depois, essa mulher é deputada federal, uma das líderes do bolsonarismo e figura de grande prestígio entre a família Bolsonaro. Um crescimento e tanto, hein. Estamos falando de Carla Zambelli, recentemente exposta em conversas pouco republicanas com o ex-ministro Sérgio Moro. Tirada de contexto e com a adição de uma legenda tosca, a fakenews sobre a deputada foi espalhada por ex-bolsonaristas e gente de esquerda. Mas se ela realmente lavasse o banheiro em questão, teria algum problema?
Não gosto da deputada, do seu fascismo e da sua base de apoio bizarra e pautada em fakenews. Mas também não gosto de preconceito e odeio a ideia de que só podem participar da política grandes intelectuais que provam o tempo todo a sua genialidade. Basta a gente lembrar que o melhor presidente da história do país “só” tinha nível técnico e herdou uma nação arrasada pelo doutor em ciências sociais.
Mais de um dia depois de receber a mensagem ainda penso sobre as múltiplas coisas que já fiz por ser militante (comecei nisso em 2016, o ano em que Carla cuidava do banheiro) e com certeza lavar banheiro não foi a pior. Na política em que acredito vir da base é uma virtude, crescer aos poucos, aprendendo com os erros é o melhor caminho a se percorrer para transformar a vida das pessoas. Sem elitismo, sem exclusão.
Com o que disse espero uma reflexão sobre a política que queremos, mas para Carla Zambelli fica uma pergunta: não era melhor terminar cuidando do banheiro?
*Pedro Caldas é Secretário de Comunicação da UJS Recife, estudante de Rádio, TV e Internet na UFPE e integrante do Coletivo Nacional de Comunicação da UJS
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