O alvo principal
Luciano Siqueira
A literatura política — que toma de
empréstimo à teoria militar os conceitos de estratégia e tática — é rica em
registros em que o sucesso obtido numa luta prolongada em grande parte esteve
vinculado à capacidade dos vitoriosos escolherem corretamente, a cada instante,
o alvo principal do ataque.
Em geral não convém eleger ao mesmo
tempo mais de um alvo no qual se deva concentrar as baterias. Salvo o uso de
alvos secundários como manobra diversionista para confundir o inimigo.
É óbvio que no Brasil dos nossos dias o
alvo principal do ataque das forças que lutam pela democracia e, sob as
condições da pandemia, se batem pela vida e pela preservação do trabalho, têm
como alvo e inimigo principal o presidente da República, Jair Bolsonaro.
Pela posição que ocupa, Bolsonaro é a
essência dos propósitos ditatoriais e entreguistas ora em curso em curso,
manobrado inclusive por poderosos interesses sediados nos EUA.
Todos aqueles que batem no presidente,
muitos deles dissidentes do campo governista – como o ultradireitista
ex-ministro Sérgio Mouro -, direta ou indiretamente contribuem para isolar,
enfraquecer e talvez derrotar o inimigo comum.
Empunhar agora uma espécie de
metralhadora giratória e combater vários alvos ao mesmo tempo, incluindo dentre
eles os que por razões que não são as nossas também atacam o presidente, denota
primarismo político e confusão tática.
Os que assim o fazem devem ser
alertados do erro. E têm tempo de sobra para ajustar o gume do ataque.
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