Abordei aqui no blog a polêmica sobre que treinador deve substituir Tite na seleção brasileira https://bit.ly/3V9xwTS - se brasileiro ou estrangeiro. E recolhi algumas opiniões sobre o tema.
Técnico estrangeiro, sim
Wellington Lima*
É bem isso! A CBF fez este mesmo movimento em 2019, quando convidou a sueca Pia Sundhage, para ser a treinadora da seleção feminina.
Pia, com experiência comprovada e
uma das responsáveis por transformar a seleção dos EUA na principal do mundo,
está tirando a seleção feminina de uma espécie de amadorismo, que também é
fruto do pouco investimento dos clubes em trabalho de base para formação de
novas atletas, mas com certeza tem haver da maneira que a equipe era cuidado do
ponto de vista do treinamento.
No caso do futebol masculino
existente uma resistência e um lobby dos treinadores nacionais contra a
movimentação de internacionalização do futebol brasileiro, mas os números são
visíveis: a principal fase deste Flamengo galáctico foi com Jorge de Jesus; o
Palmeiras tem em Abel como um dos maiores técnicos de sua história.
Cruzeiro, Atlético-MG, Botafogo,
Corinthians, Fortaleza, enfim… a série A de 2023 contará com 10 técnicos
estrangeiros dos 20 clubes da primeira divisão.
A escola brasileira de
treinadores hoje precisa urgentemente de uma modernização. O argumento de que
todos os títulos mundiais que a seleção ganhou foram com treinadores
brasileiros, sendo a última copa conquistada há 20 anos, mostra que paramos no
tempo.
Treinadores brasileiros não
conseguem se destacar em clubes estrangeiros, nem na América do Sul, onde os
treinadores argentinos e uruguaios os ultrapassaram e possuem destaques como
Scaloni da seleção Argentina e Marcelo Gallardo (ex-River Plate).
Enfim, concordo com a contratação
do técnico estrangeiro para seleção por ser necessário e inevitável.
*Professor, torcedor do Santa Cruz
Um problema maior
Alessandro Leite Guimarães*
O capitalismo transforma
tudo em mercadoria. Entendo que não podemos virar as costas à realidade.
Dito isto, creio ser
tarefa de todos que amamos o Brasil e somos apaixonados por futebol,
empreendermos séria luta para a adoção de políticas públicas para o incentivo
da prática do futebol em todas as ditas "comunidades", país a dentro,
em todos os rincões. Daí sairão novos talentos deste imenso país.
Por outro lado, aí, sim,
os clubes precisam se libertar das amarras que desequilibram campeonatos e
equipes e arruínam economicamente a maioria dos times, razão maior da evasão de
talentos para o exterior.
A questão do técnico,
penso eu, não reside no fato de os brasileiros serem menos capazes. Bobagem. É
efeito dos problema acima relatado, não causa.
*Funcionário público
Tem que ser brasileiro
Luiz Henrique Lira*
Sou contrário, mesmo não sendo batalhões que batalham representando o Estado numa guerra, eu penso que as seleções representam os talentos nascidos, ou crescidos e naturalizados em cada nação, a forma do povo dali jogar futebol.
De outra maneira, se equivale aos mercenários
contratados para guerras.
Jogadores só jogam por outras seleções se nunca
mais jogar pela de seu país.
Pode ser uma posição rígida, mas comandante do
pelotão tem que sentir o sangue do operário, do padeiro, do motorista, da
professora, da enfermeira, da médica, do faxineiro, pulsando quente nas veias,
e o coração tem bater no mesmo ritmo.
Já é difícil achar um brasileiro com esses
sentimentos.
*Ex-diretor da UNE, presidente da Urb-Recife
O mundo gira. Saiba mais https://bit.ly/3Ye45TD
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