Tecnologia e divisas
Aldo
Rebelo, no portal Vermelho
Quando
Galileu construiu a primeira luneta, em 1609, para observar as montanhas da
Lua, o Homem estendeu os olhos a lugares que só a imaginação alcançava. Depois
vieram os telescópios poderosos, mas faltava um meio de levá-los ao espaço em
missões mais ambiciosas, até que em 1957 a União Soviética assombrou o mundo
com o lançamento do Sputnik, o primeiro satélite artificial.
Desde então a Ciência e a
Tecnologia entregam-se a uma corrida sem limites para aperfeiçoar esses
veículos, que propiciam todo tipo de observação e viabilizam experimentos – e o
Brasil tem a ambição de ingressar nesse clube seleto.
Há muito o país fabrica
satélites e monta bases de lançamento dos foguetes que os entronizam no espaço,
a exemplo da Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte, e a de Alcântara, no
Maranhão. Temos projetos conjuntos com a China e agora avançamos num arrojado
programa com a companhia franco-italiana Thales Alenia Space, para desenvolver
o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). A
novidade da semana foi o lançamento pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação de um edital de R$ 53 milhões de subvenção para empresas nacionais
participarem do processo de transferência de tecnologia do satélite.
O SGDC, a ser concluído já em
2016, vai ampliar o acesso à banda larga em regiões remotas e garantir a
soberania brasileira nas comunicações das Forças Armadas. Além das vantagens
práticas, o programa concentra um fecundo veio científico-tecnológico, em que
as empresas nacionais podem criar e inovar. Este é um ramo de competição
acirrada, se não controlada, de vez que a tecnologia militar não é
compartilhada.
Ao Brasil também interessa o
aspecto econômico, pois satélites e plataformas de lançamento rendem divisas
milionárias. O País de Bartolomeu de Gusmão, que criou o aeróstato, e Santos
Dumont, inventor do avião, tem condições de retomar essa linha evolutiva por um
lugar no pódio da corrida espacial.
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