O papel estratégico da Ciência & Tecnologia
Ao tomar posse na Coordenação Geral do Escritório
de Representação Regional Nordeste do Ministério de Ciência, Tecnologia e
Inovação, José Bertotti expressou de modo consistente e esclarecedor, a base
conceitual que lastreará a sua gestão. Leia aqui o discurso na integra:
O Brasil necessita um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento que
tenha como objetivo estratégico o estímulo aos empreendimentos instalados no
território brasileiro, incentivando a produção de bens com maior valor agregado
e com conteúdo inovador, que atendam as demandas de nossa população.
Precisamos identificar de que forma podemos incentivar essa produção, quais
setores da nossa economia devem ser estimulados e como distribuir esses
recursos para que atendam todas as necessidades e aproveitem todas as
potencialidades de cada região do Brasil.
A Ciência, a Tecnologia e a Inovação
são elementos chave para impulsionar o desenvolvimento nacional, com base no
conhecimento produzido, pautado pelas demandas de nossa sociedade.
Podemos instrumentalizar o
poder público, os setores produtivos de nossa sociedade para enfrentar a
profunda crise que o sistema capitalista enfrenta e que afeta todas as
economias do mundo inclusive o Brasil.
Um dos principais legados dos governos Lula e aprofundados no governo da
Presidente Dilma materializaram-seem uma massiva inclusão social, através da
criação de milhões de empregos, e de uma firme política de valorização dos
salários da população trabalhadora.
No Brasil atual considerando o legado de inclusão social e de
valorização do trabalho incorporado na política de desenvolvimento desses
últimos doze precisamos direcionar o olhar para a necessidade de diminuição do
grau de dependência externa de nossa economia. Devemos extrair consequência do
processo de crise econômica do capitalismo mundial que destrói o capital
existente e reformula a base produtiva introduzindo alterações na dinâmica de
desenvolvimento global, para preparamos o país que queremos e que emergirá após
essa crise, dependendo das políticas que agora serão adotadas.
Nossa dependência externa, na produção de bens de capital de maior valor
agregado e de intermediários, deve ser superada com base no aumento da
capacidade tecnológica nacional relevante.
O Brasil aumentou sua produção científica e tecnológica no que concerne
a nossa participação em publicações internacionais. Aumentou como nunca o
número de Universidades Federais e alunos matriculados nos cursos de Ensino
superior principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Criou o Sistema Nacional
de Ciência, Tecnologia e Inovação que se consolida com importantes leis como a
lei de inovação e a Lei do Bem. Ampliou e constituiu novas unidades
descentralizadas de pesquisa das quais o Centro de Tecnologias Estratégicas do
Nordeste (CETENE) é um exemplo.
No entanto o Brasil ainda apresenta pequeno investimento por parte das
empresas principalmente as privadasem dispêndios com C, T&I, se comparado
com outros países. Como não existe uma relação direta entre produção acadêmica
e incorporação de seus frutos na forma de inovações produtivas, que alavanquem
investimentos e dinamizem nossa economia, precisamos de uma política que centre
na identificação de prioridades e na definição de planos e programas para o setor
de ciência, tecnologia e inovação relacionados com as prioridades estratégicas
do país.
Um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento necessita de instrumentos
que permitam ao governo brasileiro criar as condições efetivas de
internalização da capacidade tecnológica relevante que dê base à inovação e à
competitividade, nesse sentido é básico que haja uma efetiva participação de
capitais, de controle nacional articulados com os setores dinâmicos da economia
mundial. Este aumento de participação permitirá que decisões importantes sejam
tomadas conforme a lógica de interesses que tem sua perspectiva maior
consolidarem-se no país, melhorando a relação entre a taxa de crescimento do
Brasil com sua dinâmica de inovação.
A Representação Regional
Nordeste do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (RENE), criada no
âmbito do Campus Tecnológico do MCTI em Recife, que conta com duas importantes
instituições de pesquisa o Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE)
e o Centro Regional de Ciências Nucleares (CRCN), foi criada ainda no primeiro
governo do Presidente Luis Inácio Lula da Silva e tinha como Ministro da
Ciência e Tecnologia o saudoso ex-governador Eduardo Campos, e como Presidente
da FINEP o Professor e Cientista Sérgio Rezende.
Essa representação foi criada
com a visão estratégica de ampliar a presença de importantes instituições de
pesquisa na região nordeste e para consolidar o conjunto de investimentos
estruturadores feito pelo governo federal com apoio dos governadores da nossa
região como a Refinaria Abreu e Lima, a transposição do São Francisco, a
ferrovia Transnordestina, para citar alguns, que atraíram um conjunto de novas
empresas privadas mudando a matriz econômica e industrial de nossa região.
Essa estratégia teve um
objetivo claro enfrentar as já conhecidas assimetrias características do
processo de desenvolvimento brasileiro e suas concentrações regionais.
A principal missão da RENE é a
articulação e coordenação das ações de C, T&I no NE, dentro da linha
adotada pelo Governo Federal hoje Presidido por uma corajosa mulher a presidenta
Dilma Rousseff que tem como Ministro da Ciência e Tecnologia o ex-presidente da
Câmara dos Deputados Aldo Rebelo, que nos convocou para a missão de Coordenar a
representação regional do Ministério, tarefa que assumimos com total dedicação,
desprendimento o com o sentimento da responsabilidade que esse cargo carrega.
Essa missão de articulação deve
partir da identificação das demandas dos atores do Sistema Regional de Ciência
Tecnologia incluindo as Secretarias Estaduais de
Ciência e Tecnologia e as Fundações Estaduais de Apoio a Ciência presentes em
todos os estados, os Reitores das nossas universidades, as Empresas e suas
Associações, os Trabalhadores e seus Sindicatos, o Fórum de Pró-reitores de
Pesquisa, os Municípios para que se de um destaque a gestão territorial do
ambiente onde se realizam todas as nossas atividades, os Diretores e
pesquisadores dos nossos Institutos de Ciência e Tecnologia públicos e
privados, os ambientes de inovação em especial os Parques e Incubadoras
Tecnológicas, os Pesquisadores, Grupos de Pesquisa, os Agentes de Fomento como FINEP, Banco do Nordeste, BNDES, SUDENE.
A produção
científica requer dedicação, estudo e talento individual, mas está, sobretudo,
ancorada na produção coletiva do conhecimento, esse sem dúvida é um ambiente
muito favorável para enfrentar os grandes desafios que ainda devemos superar
para elevar o atual patamar de desenvolvimento social e econômico do Brasil.
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